Pensei bastante antes de escrever este post e se o devia ou não fazer. No entanto, como tenho partilhado algumas fotos e imagens sobre a minha perda de peso no IG os meus dedos acabaram por deslizar no teclado.
Eu sempre fui a gordinha da familia. Desde miúda - a minha mãe fazia-me vestidos largos para não se notar a barriguinha. A adolescência chegou, passaram os anos e tornei-me adulta, sem que tivesse mudado de registo. Ao longo dos anos tenho feito dietas, seguido regimes, consultado os mais diversos médicos - perdia meia dúzia de quilos, mas num instante os recuperava. Enquanto estive em Londres ganhei imenso peso e pouco antes de regressar adoptei uma dieta que, mais uma vez me fez perder peso, mas dadas as restrições rapidamente desisti e voltei a recuperar tudo. Depois disso mais duas tentativas - sempre frustradas - até que atingi o meu limite entre Agosto do ano passado e Março deste ano. Como a roupa ía servindo "deixei andar", achava que estava igual... A moda das camisolas largas também não ajudou muito. E em cima disto tudo eu gosto de cozinhar. E gosto de comer! É verdade, para quê negar? Ahhh e tenho uma vida sedentária: passo muitas horas sentada e mexo-me pouco.
Em Abril fez-se o "click, senti que estava preparada para encarar um novo regime alimentar e dado o meu historial, pedi ajuda - é que eu preciso de um polícia que me visite de tempos em tempos com umas palavras de incentivo ou com uns grandes raspanetes.
Não vos vou dar a minha "receita", até porque pouco ou nada percebo de nutrição e...cada caso é um caso. Posso apenas dizer-vos que reduzi, sem eliminar, os hidratos de carbono, retirei os açúcares "óbvios" (bolos, sobremesas, bolachas e afins...), diminuí as doses às refeições, dupliquei as verduras e legumes e consumo muito mais líquidos do que até então - dou preferência a água e a chás variados que vou fazendo com o que tenho em casa (earl grey, canela e gengibre, lúcia lima, príncipe e afins...). Como apenas duas peças de fruta por dia e quase não consumo lacticínios (uma fatia de queijo ao pequeno almoço e por vezes queijo fresco, queijo creme ou ricotta).
Nas primeiras três semanas passei as passinhas do Algarve. Ai passei, pois! Até que o organismo se habituou e as mudanças foram acontecendo: a roupa foi ficando larga, comecei a sentir que tinha cintura e até o joelho direito (que me doía sempre) deixou de doer, consegui enfiar-me nuns calções sem ter a sensação que era um barril com pernas e as calças também já diminuiram um bocadinho.E desde então já se foram 10, quase 11 quilos. Ainda tenho um bocado de chão para andar, mas agora sei que não vou desistir.
Ahhh e a flacidez? Ahhh e o exercício físico? Sim, a flacidez existe, pois aos 40 a elasticidade não é a mesma que aos 20 e as coisas não voltam facilmente ao lugar. O exercício? Essa vai ser a minha próxima batalha, pois tenho músculo que precisa ser trabalhado. Faço algumas caminhadas e bicicleta, mas ainda não lhes tomei o gosto para os praticar com regularidade.
Ingredientes para a conquista desta batalha que faz parte de uma guerra? Vontade e perseverança - tenho a certeza que sem estes dois não estaria a conseguir. É ter consciência dos impulsos que levam a por na boca a primeira coisa que aparece à frente. É ter consciência da "fome emocional". É conseguir dizer não ao gelado que vem para a mesa, é fugir do pacote de bolachas que se descobre no armário, é deixar o pão lá no sítio dele, é não ir petiscando durante a tarde... Custa? Custa, pois! Mas o retorno sabe tãoooo bem...
Sinto-me melhor, mais jovem (eu disse "jovem", não disse "nova"), mais bonita e tenho a certeza que se os 40 foram bons, os 41 vão ser muito melhores!
Pano p'ra Mangas