Ontem, ao arrumar o meu armário, e apenas por curiosidade fui buscar uns jeans que comprei há precisamente um ano para os comparar com os que adquiri há duas semanas. São da mesma loja, têm o mesmo modelo - eu e os jeans temos uma relação de amor ódio: ou não me ficam nada bem, ou quando descubro uns que ficam, compro todos iguais (quero lá saber se parece que uso sempre os mesmos!).
Ainda nas mesmas arrumações, "descubro" que uma das minhas gavetas está ocupada só com roupa de desporto: leggings, t-shirts, meias,soutiens de desporto, as sapatilhas de ballet...acho que só lá não tenho os ténis.
Posto isto dei comigo a pensar nas mudanças ocorridas durante o último ano, não só a nível físico mas também na minha maneira de pensar e de estar.
Ao ver o tamanho da roupa a diminuir proibi-me de comprar camisolas largas - e oh, se há camisolas largas lindas de morrer - pois sei que nelas "cabe sempre mais um bocadinho", o que é meio caminho andado para me desleixar. Não ando por aí com os pneus de fora, mas tenho optado por roupa mais justa que me cai junto ao corpo sem o vincar. Além do mais, se antes achava que uma camisola larga me disfarçava o peso a mais, hoje quando visto uma sinto-me um autêntico saco de batatas.
Posso dizer que já me dou ao luxo de vestir peças que nunca chegavam a ir comigo para os provadores porque sabia que me íam ficar mal. E é tão gratificante ver isto acontecer. Isto, e descobrir ossos no corpo que "não sabia" que lá estavam.
(Que me perdoem todas as pessoas que fazem a apologia do excesso de peso. Eu sempre fui feliz com ele, mas agora sou muito mais! Além disso nunca deixarei de ser uma pessoa com curvas, qual Serra do Caldeirão, até porque essa é a minha estrutura e contra isso não há nada a fazer - por exemplo, nunca terei umas pernas magras e onde caibam umas botas normais compradas numa qualquer sapataria, nem as ancas estreitas ao ponto de vestir um vestido tubular...)
Depois disto, ou em simultâneo, nem sei, vem a mudança de paradigma relativamente ao exercício físico. Desde que me lembro nunca gostei de fazer exercício físico - as aulas de ginástica no colégio eram verdadeiros momentos de terror, dos quais, se pudesse, eu tinha fugido. Até há uns meses a aversão já não era tão grande, mas... E agora? Bem, agora a história é outra: duas vezes por semana ballet (que não é para meninas, não pensem...) e uma vez por semana um treino na rua, num pequeno grupo, com um PT. Pior...dou comigo a pensar que me fazia falta mais qualquer coisa!!!
Onde é que está a velha Margarida? Não sei...deve ter ficado ali pelos 40 e só espero não encontrá-la tão cedo. O mais interessante é que, se eu consigo, qualquer outra pessoa consegue! Basta acreditar. Basta persistir. Basta encontrar o momento para começar e não deixar que ele se vá embora por comodismo ou facilitismo. Basta querer. Mas sobretudo, basta fazer!