sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Não lhes faças o almoço. Dá-lhes uma colher de pau e ensina-os a cozinhar.*


Este é um lema que pratico quase diariamente e que não é novo. Quando era miúda e sendo a minha irmã mais nova, vinha ela muitas vezes e perguntava-me "oh mana, o que quer dizer isto?" ("isto", referindo-se a uma palavra qualquer), ao que eu lhe respondia: "Vai ver ao dicionário!". Mais tarde, levava também o dicionário para as aulas e se algum aluno me perguntasse o significado desta ou daquela palavra, passava-lho para a mão. Hoje recorro ao Google e as minhas amigas quando me vêm perguntar alguma coisa, imediatamente respondem "Já sei, vou ao Google!". 
Eu ainda sou do tempo em que para obter alguma informação tinha de ir à biblioteca e passar lá horas a espirrar e a copiar à mão o pó dos livros. Às vezes penso que as gerações mais novas estão demasiado habituadas a que lhes apareça tudo feito, e isso não é nada benéfico...
Isto tudo a propósito de quê? De um e-mail a perguntar como se tira fotografias que vendam os produtos. E eu sei? Eu não sei! Eu faço como acho melhor, como consigo... até porque eu não sou fotógrafa - tenho uma máquina razoável e isso ajuda, é verdade, mas que de nada me serviria se eu não fosse à procura do que quero. Por exemplo: vejo uma imagem no blog X ou Y com um efeito que me agrada, vou ao Google e pergunto-lhe algo como "como tirar fotos com o efeito tal", e alguma coisa há-de aparecer. E depois experimento. Pode ou não resultar, mas fico a saber como se faz - pelo menos teoricamente. Outro exemplo: se gosto do styling de uma foto que vejo num outro blog ou num livro -observo e pego nas minhas coisas e começo a fazer parecido, tiro imensas fotos de diferentes ângulos, com diferentes tipos de exposição... Hoje em dia já não faço isto pois consegui criar o meu próprio estilo, evidentemente influenciado pelas milhares de imagens que já me passaram, e passam, pela retina, mas é uma forma de começar (e neste momento devo ter mil dedos apontados a mim a dizer que eu estou a incentivar a imitação! mas se pensarem bem não é nada disso). Quem me acompanha há mais tempo sabe que as minhas fotos têm evoluído ao logo dos anos (mal estaríamos se isso não acontecesse!!!) e das poucas coisas que se mantêm inalteráveis é o que está por trás de cada uma delas: o carinho que lhes dedico.
Não há fórmulas universais. Cada um tem de encontrar a sua! Ahhh e importante também: isto!

Pano p'ra Mangas
*tive de adaptar o ditado, pois não tinha nenhuma cana de pesca para fotografar :-P


10 comentários:

  1. Pois é Margarida, mas estamos na era um que ter que procurar, pesquisar ou ler é uma grande seca. Temos que ter tudo aqui e agora! E é muito mais fácil fazer blogs usando fotografias de outras pessoas que passar horas a testar e fazer experiencias e editar fotografias. Eu prefiro por exemplo não actualizar tantas vezes o meu blog, mas usar sobretudo fotografias minhas, mas para isso é preciso tempo, dedicação e trabalho.
    Eu também faço como tu, o Google é muito meu amigo e ajuda-me imenso e depois há que tentar, testar, apagar e voltar ao mesmo! Mas também tenho evoluído um pouco e posso dizer-te que o upgrade de máquina ajudou mas só isso não basta. É preciso gostares, amares o que que estás a fazer, caso contrário nada vai ficar lindo e perfeito!
    Cada vez mais me identifico com o que aqui partilhas.
    Beijinhos

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  2. Tão bem dito, tão bem dito. Porque a quantidade de mails que se recebem escritos pela mão da preguiça mental não tem explicação!
    Bj*

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  3. Acabaste de descrever o espírito de um bom auto-didacta! Quem decide aprender por si próprio terá sempre vantagem sobre quem se limita a esperar que lhe caia o conhecimento e informação toda no colo!

    Essa do "vai ver ao dicionário", ouvi tantas vezes da minha mãe, quando eu a bombardeava com milhentos, "que significa esta palavra?"

    Eu admito que por vezes sou preguiçosa e gosto duma boa papa feita, mas não faço disso um hábito... tal como não aprecio quando me pedem/exigem a papa feita descarregada directamente num endereço de e-mail, como se tivesse alguma obrigação de lhes passar a receita. Logo eu que gosto de fazer tudo a olhómetro e nunca fui fiel seguidora de receitas...!

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  4. Eu sou do tempo em que para ir à biblioteca tinhamos que ir até à vila mais próxima, ou esperar pela carrinha que vinha uma vez por mês. Também concordo com a tua teoria da colher de pau e estou a trabalhar na teoria da "self - esteem". E o bem que me faz ler estes posts ...

    xx

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  5. Eu sou mais assim, manual e google, os melhores explicadores :) ah, e sem custos!

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  6. Viva a preguiça mental que também me enche a caixa de mails!! E vejam lá a "cena": ganha-se a dobrar, porque de se procurar o que se quer, encontramos sempre coisas que não-era-bem-isto ou há-anos-que-queria-fazer-assim!

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  7. Concordo plenamente...
    Aprendi mt coisa em miúda, e faço questão de ensinar aos meus rebentos.
    Beijinhos

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  8. Pesquisar e testar. É mesmo isso. E pelo caminho estragar materiais e usar tempo. Porque por detrás de cada peça nova, há um tempo infindável de repetições, fazer e desfazer até ficar como se pretende. Dá trabalho, mas a compensação só será entendida por quem já passou pelo mesmo. Beijos

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  9. Mal vi o título comecei logo a pensar: de acordo, foi assim que aprendi a cozinhar, longe de casa e com fome!!! Mas afinal era uma metáfora mas que também uso com os meus pequenos. Tento dar-lhes asas para voar. Já os acompanho desde o 1.º ano e este ano vejo que, já no 4.º, estão a preparar-se para levantar voo e sinto-me feliz por ter contribuído de alguma forma para a autonomia que espero lhes valha ouro no restante percurso. Costumo dizer aos pais: educar é preparar para a vida...
    (acho que me afastei do tema não foi?)

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  10. Esse é também um dos meus lemas... não fazer, mas sim, ensinar como se faz.

    Quanto às fotos, e agora que as máquinas digitais são as únicas que usamos, é tão mais fácil melhorar... quando antes tinha-mos que esperar pela revelação para saber se ficaram bem ou mal, agora podemos tirar "50" ver se ficaram bem ou mal e repetir, melhorar, mudar, se for caso disso.
    Quem tem "olho" para a fotografia, com melhores ou moderados recursos consegue fazer boas fotos, mas há que experimentar, inovar, "perder tempo"...

    Muitas vezes quando se vê uma foto bonita não se pensa que para seleccionar aquela foram precisas "50" de vários ângulos, vários cenários, enquadramentos, com ou sem acessórios, do geral ou de algum pormenor... para muitas vezes seleccionarmos menos de meia dúzia.

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