domingo, 30 de abril de 2017

Azul ou Rosa: o que escolherias?


Não se trata de discutir se azul é para menino e rosa para menina.
Não se trata de decidir de que cor me visto hoje ou amanhã. 
Não se trata de argumentar qual das cores é mais bonita.
Infelizmente! Que todos os nossos males fossem estes... 

Nos últimos dias temos sido invadidos pela funesta notícia de um jogo que dá pelo nome de Baleia Azul e que nada tem de querido, como qualquer baleia de peluche vendida numa loja de brinquedos, nem dócil como um personagem da Disney. A Baleia Azul está a fazer vítimas - vítimas mortais! Adolescentes que sedentos de aceitação pelos seus pares, fragilizados pela baixa auto-estima ou querendo desafiar os que os rodeiam, enveredam por um caminho que pode não ter volta - aliás, não tem volta, pois mesmo que o "jogo" não seja levado ao limite, duvido que não deixe marcas profundas nos "jogadores". 

Mais do que saber que etapas têm de ser ultrapassadas e que "desafios" têm de ser conquistados, importa alertar os jovens - que como sabemos não são "só os filhos dos outros" - para os perigos desta baleia que não precisa de mar para espalhar o medo e o terror. 

Se às autoridades compete identificar e punir quem está por trás desta moda, cabe-nos a nós, sociedade, enfraquecer estes senhores de marés negras, porque uma baleia destas facilmente se transforma num polvo de mil tentáculos... Para que isto aconteça convém conhecer os meandros deste jogo suicida, como é que acontece, como chega às vítimas e quem são elas. Juntos somos mais fortes! Deixo-vos aqui um conjunto de links fruto da pesquisa que fiz sobre o assunto. Caso tenham outros de interesse geral, deixem-nos nos comentários e assim que possível edito o post e acrescento à lista.


Apesar de tudo, o mundo não está cego e um pouco por toda a parte surgem alertas, os pais conversam com os filhos, pede-se a colaboração de influenciadores... tudo na esperança que a baleia morra antes de fazer mais vítimas - pois ao contrário do Pinóquio que foi resgatado da barriga de uma, depois de ter sido engolido, aqui é a pópria vítima que se deixa engolir.

De todas as iníciativas de luta, a que gosto mais é a da baleia rosa, e esta sim, leva-me ao imaginário da Disney ou faz-me entrar no Hamleys para a comprar. A baleia rosa é o jogo do bem, onde a cada prova - num semelhante total de 50 - os jogadores são desafiados a superar-se a eles próprios, a aumentar a auto-estima, a crescer como seres humanos.

Créditos da imagem: Baleia Rosa

Embora a escolha seja tua, faz-te um favor: elege o rosa!

Pano p'ra Mangas
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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Workshop de folares na Casa Modesta


Os doces da Páscoa são a minha desgraça, especialmente as amêndoas caseiras e o folar. E por folar, entenda-se o folar que é feito aqui na minha zona: ou enrolado ou de folhas. Este último ultrapassa a fronteira do aceitável no que diz respeito a açúcar e gordura, sendo por isso uma verdadeira bomba calórica, mas... é tão, tão, tão bom!  Além disso temos aquela desculpa esfarrapada do "ah, só se come uma vez por ano!" E como só se come uma vez por ano, também só se faz uma vez por ano. Perfeito!!! 

Aqui em casa faz-se folar enrolado, tal como as minhas avós faziam e nunca tínhamos feito folar de folha. O facto de a Casa Modesta ter organizado um workshop foi assim como "matar dois coelhos de uma cajadada só": ir visitar a tão almejada casa e aprender a fazer os ditos folares.

Mas o que é afinal o folar de folha além de uma bomba? É um bolo típico de Olhão que é feito na Páscoa e é "construído" por camadas: gordura, açúcar e canela e folhas de massa que vão sendo colocadas num tacho em camadas alternadas. Uma atutêntica obra de arquitectura, pois quer-se bonito, aliada à engenharia, pois a montagem, apesar de feita a "olhómetro" requer uma boa dose de bom senso.

Parece simples, não parece? E é! Mas até ficarem prontos...dão muito trabalho! A temperatura dos ingredientes tem de estar no ponto, o amassar à mão - é o exercício perfeito para quando se está arreliado e apetece bater em alguma coisa! - é demorado e cansativo - além de pegajoso! - e a espera é longa. Depois de muitas horas a levedar a massa está pronta a ser esticada e os folares montados. Dito isto percebe-se porque só se faz uma vez por ano!

Quando cheguei já estava tudo preparado. Apesar de a massa usada já estar à nossa espera, pois tinha sido feita de madrugada, foi-nos ensinado e dado a experimentar o processo inicial de misturar os ingredientes e amassar durante um bocado.


Não levou muito até que dessemos início à montagem dos folares. No final, e antes de serem cozidos, cada um teve de levar uma marca para que soubessemos qual era de quem. No meu coloquei um coração - oh que surpresa!😆


O forno a lenha também já estava morno. Foi "só" necessário aquecê-lo mais um pouco para que no final os folares fossem lá para dentro cozer durante aproximadamente uma hora.


Enquanto esperávamos houve tempo para chá frio feito com ervas da horta, estrelas de figo e figos cheios, pão com chouriço e até...aguardente de figo! Parecia que estava em casa...


Já o sol tinha começado a baixar quando demos por terminada esta tarde tão agradável. No ar ficou a ideia de um outro workshop que não vou querer perder: folhados de Olhão - outro doce levezinho e pouco doce, tal como os folares.

Obrigada à equipa da Casa Modesta por toda a paciência, trabalho e carinho que tiveram ao preparar este workshop.

A Casa Modesta tem sempre actividades interessantes e para participarem basta que estejam atentos à página no facebook onde os eventos são divulgados. Quem sabe um dia destes não encontro um de vós por lá?




Pano p'ra Mangas
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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Favourite places: Casa Modesta


Ontem estive, finalmente, na Casa Modesta. O Workshop de Folares foi a desculpa - como se necessitasse de alguma - para lá ir. Há meses que queria conhecer este espaço, mas ainda não se tinha proporcionado - ou melhor: eu ainda não me tinha proporcionado a visita! Por vezes, quanto mais próximos são os lugares, mais tempo levamos a conhecê-los: "Ah, é já ali. Qualquer dia vou lá:" - e o "qualquer dia" nunca chega, até que acontece algo que nos empurra para lá. Depois, ficamos com a sensação de "não me quero ir embora!".

Agora, que me perdoem os mais gulosos, mas hoje ainda não vou contar como foi o workshop! Também não vou falar dos prémios - muito merecidos - que a Casa Modesta tem recebido ou das menções na imprensa internacional, prefiro sim, partilhar a experiência que é esta mais que casa e que faz jus ao nome de família que lhe foi atribuído.

A Casa Modesta é daqueles lugares que só existe na imaginação de quem conhece o Algarve dos turistas, ou então daqueles que aqui viveram antes das" invasões bárbaras". Não é o meu caso, por isso quando comecei a ouvir falar deste espaço e a ver imagens do mesmo acreditei piamente que fosse verdade e que não fosse apenas uma miragem ou obra da engenharia e design nformático. A Casa Modesta existe mesmo! É palpável e, para rimar posso classificá-la, igualmente, como adorável.


A casa em si é um edifício com história - com a história da família que lhe dá o nome: gente de trabalho, de sorriso rasgado e palavra fácil, gente que nos recebe e que nos faz sentir como se estivéssemos em casa, gente afável com velhotas de avental asseado e onde uma delas carrega o nome de uma das minhas avós - a sério? como é que não me havia de sentir em familia? E tudo isto dá ainda mais charme a uma casa que por si só é mesmo muito charmosa.

(Nesta última foto, uma forma tradicional de abrir ameijoas a que se dá o nome de "vila de ameijoas")

A Casa Modesta está dividida em dois edífícios e tem, no total 9 unidades de alojamento.

Houve um cuidado enorme na escolha dos materiais desde o pavimento, às mesas de cabeceira e aos próprios candeeiros. A harmonia entre os elementos é perfeita. Amei as torneiras  e os duches dourados nas casas de banho, que dão um toque de charme inigualável. Muito provavelmente se as tivesse visto num ambiente de mármores, granitos e espelhos as teria achado horrorosas, mas ali são como que a cereja no topo do bolo. Num dos edifícios, cada quarto tem um terraço próprio com espreguiçadeiras para banhos de sol e almofadões que convidam à preguiça.

E a paisagem? A Ria Formosa ali bem perto, separada do Oceano Atlântico apenas por uma língua de areia - o paraíso!


Nas traseiras está a casa do forno. Ali coze-se o pão - e os folares... - e, pelo que percebi, é o centro nevrálgico da casa, pois há sempre gente a circular ou que ali se reúne para conversar, trocar histórias e experiências ou apenas para beber algo. É também ali que está guardado um maravilhoso segredo: a antiga cisterna deu lugar a uma fresca garrafeira que reúne todas as condições necessárias para manter uma boa colecção de nectares.


No segundo edifício está a sala de refeições: uma mesa corrida enche a sala e sobre os bancos desencontram-se almofadas feitas de retalhos, também elas com história, pois foram feitas a partir de tecidos que existiam na casa original - cortinados, lençóis, ... Partilhar a mesa, como se faz em casa - sabe tão bem e aprende-se tanto...


O conceito de slow living é imperativo, por isso se vem com ideias de estar aqui à pressa, o melhor é escolher outro destino. Todo o espaço e envolvência convidam a colocar um travão no bulício do nosso dia-a dia e a desfrutar do silêncio, do cantar dos pássaros, dos sabores da terra e da calmaria de um Sul já quase inexistente.

Parabéns. Parabéns, por terem tido esta ideia e por terem tido a ousadia de a por de pé. E obrigada pelo carinho com que me - nos - receberam.



Pano p'ra Mangas
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domingo, 23 de abril de 2017

Review do livro Ser Blogger


Desde que comecei a falar no livro Ser Blogger, apenas há uns dias, têm-me chegado algumas perguntas pertinentes e que passo a enumerar:


"Se já és blogger há tanto tempo porque compraste um livro aparentemente básico?" - ao que eu respondo: Básico para quem? Bem, há passos descritos no livro que já passei há algum tempo, contudo eu sou daquelas pessoas que acha que há sempre algo a aprender e a blogosfera tem evoluido tanto... e sim, há assuntos abordados no Ser Blogger com os quais eu não estou familiarizada e quero estar. Doze anos de blog são muitos anos e a verdade é que criamos vícios sem que demos por isso e que podem minar e destruir o que foi construído - não acho que seja o meu caso, mas está a saber-me bem fazer um refresh de alguns assuntos e perceber outras abordagens. Além disso, e se já ando aqui há tanto tempo e "não ganho nada com o blog", talvez esteja na hora de take it to another level e de começar a ter o retorno de tanto investimento. Não parece justo? Não, não vou perder a voz nem a liberdade de escrever com as emoções - esta é uma decisão há muito tomada.

"Mas tens essas informações todas na internet, para que queres um livro?" - por um lado eu sou da velha guarda, daquela geração que passava horas na biblioteca a fazer pesquisas para trabalhos - uma verdadeira bookworm portanto gosto de livros; por outro lado não há nenhum link encontrado no Google e lido no iPad que supere o prazer de um livro: a textura, o cheiro, o sublinhar e anotar nas margens com um lápis, ...

At last but not the least:

"Achas que vale a pena?" - a verdade é que efectuei a compra completamente às cegas e sem grandes referências (apenas conhecia a Carolina Afonso, uma das autoras, da SHARE), mas sim! vale a pena. (quem não quiser fazer uma compra cega pode ler parte do primeiro capítulo aqui )

E agora vamos ao que interessa: o livro!

Em primeiro lugar tem o melhor cartão de visita, que é como quem diz, o prefácio que poderia ter, ou não tivesse ele sido escrito pela minha querida Sofia (aka às nove no meu blogue) por quem nutro um enorme carinho a admiração e quem leio há tantos anos que já lhes perdi a conta. E depois...


... está organizado de uma forma muito simples e tem uma dinâmica muito interessante, pois ao longo das páginas vão surgindo perguntas para o leitor responder, as quais o ajudarão no processo criativo do seu blog, bem como a definir algumas estratégias e caminhos a percorrer. Quem me dera ter tido algumas destas cábulas há 12 anos...

Os capítulos sucedem-se de modo a que quem esteja a ler, possa ir criando o seu blog de uma forma ordenada e com objectivos bem definidos, mantendo o foco naquilo que deseja alcançar. É óbvio que nem todos os blogs são criados com o intuito de tornar milionários os seus autores, mas e se isso se proporcionar? Why not? Da mesma forma que há 15 anos mal se conhecia a blogosfera, dentro de outros 15 se calhar já nem existe, por isso quem quiser e souber tirar partido deste meio, que o faça (de uma forma honesta, já agora!) - pode e deve ser encarado como um qualquer outro emprego. Na página 171 está escrito o seguinte: "Para começar a ganhar dinheiro com um blog, não é imprescindivel ter muito tráfego, mas ter visitantes de qualidade, ou seja, pessoas interessadas no que o seu blog está a oferecer. Afinal, para que serve ter milhares de visitas diárias, se nenhuma dessas pessoas tem interesse no que o seu blog está a dizer?" - nem imaginam o bem que esta frase me fez ao ego 😀, afinal ainda estou a tempo.

Ao longo das páginas fala-se sobre a escolha do nome para o blog, a definição de um público alvo, o assunto a ser tratado, a frequência dos posts, a interacção com os leitores (muito, muito importante!), a utilização das redes sociais como verdadeiras aliadas do blog e do blogger, quais as redes a utilizar (não é por termos conta em todas e mais alguma que isso nos traz benefícios), o tom da escrita, ...

Estou, neste momento a terminar o capítulo 4 e mal posso esperar pelo 5: Rentabilizar o Blog e 6: Analisar o Blog, pois são aqueles dois assuntos em que não estou à vontade nem estou satisfeita no que diz respeito ao PpM. Não quero ser escrava dos números nem me tornar obcecada com o número de visitas, visualizações, entre outros.


Apraz-me, também, a forma como o texto está escrito, de uma forma simples, directa, clara, sem vocabulário rebuscado e recorre com frequência a testemunhos de bloggers bem conhecidos entre todos nós - mais que não seja por já termos ouvido falar neles aqui ou ali. Curiosamente, nenhuma das autoras é blogger - quer dizer...não eram, pois um dos pontos fortes deste livro é a sua extensão online através do blog Influenciadores 

Parabéns Carolina e Sandra e obrigada por partilharem a vossa visão sobre este mundo que é a blogosfera e como estar lá.



Pano p'ra Mangas
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