domingo, 31 de julho de 2016

Swan Lake ou " a aventura de uma vida"


Foi há quase um mês que realizei um sonho de menina que, até há poucos meses, nem eu sabia bem onde o tinha guardado... 

Quem me acompanha aqui no blog está a par desta aventura que tem sido o ballet. Quando comecei as aulas em Outubro estava longe de imaginar no que isto iria dar: participação no espectáculo de final de ano do Atelier do Movimento

A informação foi chegando aos poucos, assim de mansinho para não assustar ninguém, mas foi caindo certeira e em momentos chave. Primeiro surgiram uns passos fora do habitual e com ar de coreografia, depois veio a bomba de que era mesmo uma coreografia a ser apresentada no Teatro Lethes. Em Fevereiro, o workshop de pontas - cisne que é cisne, por muito ganso desengonçado que seja, tem de dançar em pontas. A novidade seguinte foi a que provocou mais excitação: teríamos de vestir um tutu!!! E por fim, a tiara de penas. Pelo meio a coreografia foi sendo apurada: "só mais uma vez!" - nunca é só mais uma vez... - até que ficou pronta.

A sala esgotou num ápice o que teve um peso ainda maior. Até os lugares, normalmente reservados às entidades, tiveram de ser vendidos. Conseguem imaginar?

A excitação e o sonho superaram as dores, as cãimbras e as bolhas nos pés. Superaram também o cansaço de uns meses complicados. Superaram o medo: o medo de cair, o medo do ridículo, o medo de me enganar, o medo do que poderiam dizer. Superaram tudo! 

Levei um mês a comer bananas como um macaco e a tomar magnésio não fossem as pernas atraiçoar-me. Levei um mês a fazer mais aulas que o habitual para conseguir fazer o melhor possível. Levei um mês a ter cuidado redobrado com os pés: unhas bem cortadas, hidratação ao máximo...

Chegou o dia, que começou bem cedo com os preparativos: o cabelo, a maquilhagem, o tutu, um derradeiro ensaio e a eterna espera que chegasse a nossa vez.  Quando pisei o palco, completamente escuro, e ocupei o meu lugar pensei: "Estou feita! Agora já não posso fugir!" O pano abriu, a música começou e foram os dois minutos e quarenta segundos mais rápidos de que tenho memória. Foi tão, tão, mas tão emocionante. Passou depressa demais...






Ainda hoje me questiono sobre quem cometeu a maior loucura: nós - e digo "nós", porque somos 17 mulheres adultas - que embarcámos nesta aventura ou a professora que teve a coragem de nos colocar em palco. Independentemente disso, aquilo que guardo na memória não cabe em nada que possa escrever, fotografar, desenhar... 



Créditos das imagens do espectáculo (no post e no IG):
Familia e amigas - mas já não sei quem fotografou o quê!
Paulo Côrte-Real

Pano p'ra Mangas
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domingo, 24 de julho de 2016

Depois dos 40 deu-me para isto...

Eu sei que ainda estou a dever um post sobre o espectáculo de final de ano do Atelier do Movimento, no qual thanks God, não me espalhei em palco e foi muito, muito emocionante, contudo ainda não tenho fotos que sejam totalmente do meu agrado, por isso terão de esperar mais um pouco.


Hoje foi dia de mais uma experiência. E daquelas!
Posso não transparecer, mas o mar é algo que me causa medo - isto para não dizer algum pânico. Sim, sei nadar, mas não me afasto muito da costa e a perspectiva de ficar sem pé assusta-me. A juntar a isto, sonho vezes sem conta que me estou a afogar - sempre no mar e nas circunstâncias mais estranhas - e acordo numa aflição horrível. Não tenho medo de andar de barco, mas não me desafiem para fazer um cruzeiro, pois só de pensar em estar dias a fio sem ver terra...enfim! Sou medricas, assumo!

Com tudo isto, a ideia de me colocar em cima de uma prancha era - ainda é! - aterradora. Aliás, dois dias antes de me ter sido colocado o desafio de ir fazer uma aula de surf eu tinha dito à minha irmã que nunca me apanhariam em cima de uma prancha, qualquer que ela fosse. Ora, nem tarde nem cedo... Devo ter sido das primeiras a dizer "Ok, eu vou experimentar a aula de surf!" -  e como diz o ditado: Pela boca, morre o peixe!

A experiência foi feita com o Clube de Surf de Faro e agradeço, de coração ao André e à Inês - os monitores - por toda a atenção e apoio que nos deram. Foram incansáveis!





Agora, quanto à minha performance:
Se tivesse de a classificar de 0 a 10, acho que lhe daria um 3 - apenas pelo facto de ter conseguido vestir o fato, carregar a prancha e não ter desistido antes de entrar dentro de água. Sim, eu entrei dentro de água, mas não passei da berma - não tive força para levar a prancha mais além, pois aquilo não é nada fácil, e acabei por andar a deslizar na espuma, estendida ao comprido numa prancha que era não sei quantas vezes maior que eu, o que não é muito difícil. A corrente estava forte e, felizmente, a empurrar para fora, mas eu entrava na água no ponto A e minutos depois estava a sair não sei quantos metros à frente. Saía da água, carregava a prancha e lá ía eu ao ponto de partida. Fiquei estoirada e amanhã não sei se me mexo - tenho de me mexer, pois não posso faltar ao ballet!!!! Uma hora a levar uma sova de mar com prancha não é pêra doce...
Se gostei? Não fiz nada de jeito, mas adorei!E diverti-me tanto :-)
Se é coisa para repetir? Claro que sim! Só não sei quando...

Obrigada, Ricardo pelo desafio :-)



Depois disto só me ocorre: no que é que me vou meter a seguir? Sugestões...alguém tem?

Pano p'ra Mangas
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terça-feira, 12 de julho de 2016

Quebrar as regras e falar sobre futebol...

...algo sobre o qual eu não percebo nada, mas mesmo sem saber há sempre uma primeira vez e este Euro 2016 foi motivo para dar corda aos dedos e escrever um pouco sobre o assunto para espanto e gáudio de quem me conhece. Escrevi o que o coração e a alma me ditaram, por isso não me julguem pela ausência de assertividade no que diz respeito à técnica de jogo.


7 de Julho de 2016



DE BESTA A BESTIAL podia ser o título de uma qualquer crónica num qualquer jornal e que reflecte, na minha modesta e ignorante opinião, o que se tem passado nos últimos dias, até ontem.
Pelo menos desde que começou o Euro 2016 a vontade de afundar Ronaldo na lama tem sido extraordinária, não só na imprensa nacional como na internacional. Tem sido acusado de tudo: vaidoso, arrogante, egoísta, mal educado...e por aí fora - coisas que os mais atentos e fãs de futebol saberão. Atirou um microfone a um lago e, ai Jesus!, foi crucificado!Mas que grande BESTA!!!!
É hoje!!
Dezasseis anos depois de termos enfrentado a França na semi-final, temo-la - outra vez - do outro lado do campo, na final. 
Não há Figo nem Zidane, mas há outros - tão bons ou melhores - sem mencionar nomes.
E há a alma sonhadora de vencedores que nos une nestes momentos - e me faz quebrar as regras do "não falo de política, religião e futebol", e me faz "saltar para dentro das quatro linhas", e me faz desesperar por não ter um cachecol da Selecção. 
Vem ao de cima o sentimento do "não são 11, são 11 milhões", quando sei que isso é mentira pois eu não ando a correr atrás da bola, mas é como se andasse mesmo sem perceber NADA (mesmo NADA!) de futebol.
Prometo não roer as unhas. Prometo não arrancar cabelos. Só não prometo ver o jogo, porque apesar de tudo não tenho nervos de aço.
'Bora lá trazer a taça p'ra casa, sim?
Quis escrever este texto ontem à noite, mas confesso que não fui capaz - tinha as emoções à flor da pele. Não percebo nada de futebol. Não sou apreciadora da modalidade, nem nutro simpatia por nenhum clube - aliás, costumo dizer que "sou do que ganha" 😊 - mas ontem tive de ver o jogo.
O jogo continuou. Irritei-me com o comentador que não parava de dizer que Cristiano Ronaldo tinha saído. Bolas, e a restante equipa? Não estava em campo? Continuei em sofrimento - não tinha ideia de que isto me viesse alguma vez a acontecer - mas cá dentro uma voz dizia-me "Vamos ganhar isto 1 a 0".
Vibrei a cada defesa de Rui Patrício, fechei os olhos a cada ataque dos franceses e dei saltos de alegria quando vi Cristiano Ronaldo fora das quatro linhas a incentivar a equipa - mesmo fora ele é equipa. Provou, para quem quis ver, que não é só dentro das quatro linhas que ele é o melhor. Foi, simplesmente, fantástico!!!


Ontem foram precisos apenas 90 minutos, dos quais confesso só vi os últimos 5 e a "besta" passou a BESTIAL - e não foi preciso ver o jogo, bastou ver os títulos da imprensa online, a mesma imprensa que o tem tentado afundar.
Esta relação amor-ódio é desconcertante. Este diz-que-faz-que-disse é de uma falta de coerência gritante. Não sei se hei-de rir ou chorar ou, simplesmente, ignorar.
E aqueles que o querem colocar no lodo deviam gravar na memória as suas declarações à RTP no final do jogo de ontem. Mostraram o quão GRANDE ele é e que não precisa de uma manhã de nevoeiro, nem de um cavalo branco para colocar PORTUGAL nas bocas do mundo.
Se o sonho é a final, que se concretize então!

10 de Julho de 2016


É hoje!!
Dezasseis anos depois de termos enfrentado a França na semi-final, temo-la - outra vez - do outro lado do campo, na final. 
Não há Figo nem Zidane, mas há outros - tão bons ou melhores - sem mencionar nomes.
E há a alma sonhadora de vencedores que nos une nestes momentos - e me faz quebrar as regras do "não falo de política, religião e futebol", e me faz "saltar para dentro das quatro linhas", e me faz desesperar por não ter um cachecol da Selecção. 
Vem ao de cima o sentimento do "não são 11, são 11 milhões", quando sei que isso é mentira pois eu não ando a correr atrás da bola, mas é como se andasse mesmo sem perceber NADA (mesmo NADA!) de futebol.
Prometo não roer as unhas. Prometo não arrancar cabelos. Só não prometo ver o jogo, porque apesar de tudo não tenho nervos de aço.
'Bora lá trazer a taça p'ra casa, sim?

11 de Julho de 2016

Desde o início dei comigo a chamar nomes ao árbitro, a seguir todos os movimentos da bola, a torcer a t-shirt que tinha vestida...Teria ficado sem unhas, se tivesse o vício de as roer. Vieram-me as lágrimas aos olhos quando vi o nosso Capitão no chão e regojizei de orgulho quando o vi regressar ao campo. Na minha ignorância achei que se aguentaria mais tempo em jogo e partiu-me o coração vê-lo pedir a substituição e passar a braçadeira de capitão (nem sei se é assim que se chama aquela faixa à volta do braço...). Chamei tantos nomes ao tipo que o atirou ao chão. Indecente. Sujo. Com contornos de malvadez. De seguida mais uma tentativa de aniquilar mais um elemento chave. Aaagghhhhh!!!! Que nervos!!!!
E quando Eder marcou? (confesso que até então nunca tinha ouvido falar dele) Cum caneco! Nem queria acreditar! A partir daí contei os minutos para o final do jogo. Tapei a cara. Virei-me de costas para o ecrã. Continuei a insultar os franceses. Aquando do apito final gritei por Portugal, bati palmas, saltei de alegria - hoje acho que não era eu quem ali estava...
Fora do campo as imagens de Fernando Santos eram de quem estava à beira de um ataque cardíaco. O que o pobre do homem sofreu! Foi a FÉ que o manteve vivo e a crença que só voltaria a casa no dia 11. Adorei as declarações/entrevista pós jogo.
Fez-se justiça às meias-finais do Euro2000! ...ok, e à final de 2004 com a Grécia.

(Podia terminar este texto com umas quantas citações de Fernando Pessoa, mas não me apetece)

Quem segue o PpM no Facebook reconhecerá estes textos. Lá perdem-se com a maior felicidade e aqui poderei encontrá-los quando os quiser reler. Porquê? Porque foi a inha estreia num mundo que me é alheio e vou querer voltar aqui, nem que seja para ter a certeza que fui eu que escrevi.

Quantos às fotos, não lhes sei dar créditos - shame on me! - pois tirei-as da net, de jornais... O meu pedido de desculpas.

Pano p'ra Mangas
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