No início do Verão, quando este livro foi editado fiquei em pulgas porque não lhe pus logo as mãos em cima. Os dias e as semanas foram passando e não o cheguei a comprar, mas como dizem que o que tem de ser tem muita força, ele acabou por vir ter comigo em forma de presente de aniversário (Obrigada, maninha!).
Quem me conhece sabe que eu adoro expressões populares, ditos e desditos, provérbios e afins. Ahhh regionalismos também, pois eu sou daquelas que pede um pires de alcagoitas em vez de amendoins e bebe chá de bela-luísa só para contrariar os que preferem a lúcia-lima.
Não sei se a Andreia nasceu cá, mas viveu em Faro durante a sua infância e adolescência e apesar de nunca ter convivido com ela, lembro-me do dia em que a conheci pessoalmente. Foi-me apresentada pela mãe - que eu conhecia, pois tinha sido minha colega de turma no 12º ano e era (ainda é, Fátima!) uma querida - no dia em qua sairam os resultados dos acessos à universidade (só não me recordo o ano, mas pelas minhas contas foi apenas há meia dúzia...). Como qualquer mãe, orgulhosa e feliz da ida da filha para a Universidade, fiquei a saber que iria deixar o Sul dali a pouco tempo. Mais tarde comecei a vê-la na SIC - é sempre giro ver alguém que "conhecemos" no ecrã da televisão e mais ou menos tenho acompanhado o seu percurso enquanto espectadora. Obviamente, quando soube do livro fiquei feliz - ainda por cima um livro sobre um assunto que dá pano p'ra mangas.*
Mas vamos lá ao Puxar a Brasa à Nossa Sardinha:
A capa é giríssima e super apelativa - só por isso já vale a pena tê-lo em casa.
Quanto ao conteúdo...bem, como hei-de explicar... é delicioso! Embora possa ser lido sem ordem do número da página ou entrada , recomendo que quando o adquirirem comecem no princípio e vão até ao fim, pois parte da graça desta compilação de expressões é o modo como está organizada: há uma sequência lógica, vai buscar referências às explicações anteriores, muitas das quais remontam ao tempo dos Afonsinhos e algumas delas a 1755 - ano do grande terramoto de Lisboa e que deu origem à maravilhosa Baixa, tal como a conhecemos hoje. Outras há, bem mais recentes e que sairam da boca de alguns políticos, apresentadores de televisão, anúncios entre outros e que imediatamente entraram em uso - quem é que não se lembra do famoso "firme e hirto como uma barra de ferro" do Prof. Alexandrino?
Ficaram curiosos?
Querer relatar o conteúdo deste livro é querer meter o Rossio na Rua da Betesga, o que não seria justo pois isso dar-me-ía água pela barba.O melhor mesmo é abrir os cordões à bolsa (não sejam unhas de fome e comprem-no aqui) e lê-lo, já que é de partir o côco a rir. Tenho a certeza que não se irão arrepender e se não gostarem...lavo daí as minhas mãos, já que não se pode agradar a gregos e a troianos. E mantenham isto em mente: o que é nacional, é bom!
*Andreia, uma falha apenas a apontar: o "dar pano p'ra mangas" não consta do índice... Tinha de puxar a brasa à minha sardinha, certo?
Pano p'ra Mangas