Faz hoje precisamente um ano que decidi "fechar a boca" - passou tão depressa que o único pensamento que me ocorre é: "mas por que é que levei tanto tempo até decidir mudar?". Ao longo dos meses tenho partilhado com quem ainda aqui vem as vitórias que tenho alcançado: quilo a quilo, tamanho a tamanho. Não posso dizer que tenha sido fácil, aliás não posso dizer que é fácil, pois ainda não acabou - não irá acabar - e a fase da manutenção vai ser, realmente, a mais difícil. O metabolismo é lento e há dias em que a "fome" é muita... É a lentidão dos 40...
Neste tempo aprendi muitas coisas sobre mim,
sobre a minha forma de olhar para a comida, sobre aquilo que me faz bem e faz
mal. Eu gosto de comer, é verdade. E gosto de comer coisas saborosas, que me
dêem prazer e que se veja e se saiba o que é - não contem comigo para
experimentar aquelas papas de proteínas ou para comer sardinhas ao
pequeno-almoço só porque são ricas em não sei o quê... (escrevo sardinhas, como
poderia escrever outra coisa qualquer - é que às vezes deparo-me com cada
pequeno-almoço "saudável" no Instagram que penso: "como é que
alguém pode dizer que aquilo é bom?, mas gostos não se discutem!). Não fosse,
muitas vezes a minha fome emocional - comer sem pensar no que se está a comer,
só porque sim, só porque está à mão, só porque... porque nada, na verdade - e
teria sido um ano muito fácil.
Para completar o gostar de comer, eu gosto de
cozinhar - especialmente coisas doces. Levei o Verão passado a fazer os geladosda Rita e só eu sei o que me custava fazer sem sequer lamber a espátula ou
raspar a tigela.
A questão do controlo sobre o que vai para a boca
e quando - a tal fome emocional - foi e há dias que ainda é, sem dúvida, a minha grande guerra. De imediato caio em mim e penso: tu não tens fome, tu
não precisas disso - é que estas coisas que, de repente, caem na boca,
eufemisticamente falando, nunca são coisas boas como uma peça de fruta ou uma
fatia de queijo. É o chocolate, a bolacha, a fatia de pão... Ganhar consciência
sobre estes actos involuntários é difícil, mas consegue-se e assim que se
consegue passa a ser tudo mais fácil: o pão está no saco mas não chama por mim,
o bolo acabado de fazer está sobre a bancada e é lá que fica, e tantas outras
coisas boas... É que a fatia de bolo ou de pão nunca vêm sozinhos: "mal
por mal, posso comer mais um bocadinho", e depois outro e outro
ainda. Como diz o ditado "perdido por 100, perdido por 1000"
A redução do peso foi maior e mais rápida nos primeiros meses. Depois disso entrou em banho-maria, mas sempre com pequenas
descidas. Com isto veio outra aprendizagem: olhar para mim ao espelho. As
roupas começaram a ficar largas, outras deixaram de servir (as cuecas!!! até as
cuecas me começaram a cair pelo corpo abaixo!!!) e os números foram diminuindo.
Os números na balança também não deixavam margem para dúvidas, mas...o espelho!
esse bicho papão que teima em mostrar que nada está diferente. Até as fotos:
mesmo com uma diferença já notória eu tinha dificuldade em ver as mudanças.
Tive de aprender. Como? Com pequenas grandes coisas: entrar nas lojas e só
levar para os provadores números menores que anteriormente; fazer colagens de
fotos por datas e vê-las vezes sem conta; sentar-me nas cadeiras e observar que
em algumas já sobrava espaço aos lados; sair do banho, enrolar a toalha
no corpo e senti-lo todo coberto e sobrar toalha; colocar o avental e atá-lo duas e três vezes
só para constatar que conseguia fazer um laço com as pontas em vez de um
nó.
Também tive de aprender a ouvir piropos. Credo!
Isto parece coisa de adolescente, mas é verdade. Especialmente das pessoas que
me são queridas. Ouvir, aceitar, acreditar e não "dar um coice" a
quem o proferiu. Quem me conhece e vive perto de mim sabe que sou muitas vezes
ríspida e respondo torto.
Depois veio o mais incrível: aprendi a gostar de
fazer exercício físico, na verdadeira acepção da palavra. Alto: não me peçam
para ir correr, nem para me enfiar num ginásio – ainda não cheguei aí! Primeiro
o ballet, depois os treinos ao ar livre ... Na verdade o ballet conquistou a
minha alma e o meu coração e só isso vale mais que mil agachamentos e outras
tantas flexões.
Aprendi, também, a cuidar mais de mim: os
cuidados de rosto e de corpo começaram a fazer parte da normalidade é que a
fórmula [idade – peso] é igual a [flacidez], pois os espaços outrora
preenchidos e maciços estão agora mais vazios.
Por quem fiz e faço tudo isto? Por mim! E não, não é para parecer mais nova, que as rugas e os cabelos brancos ninguém mos tira.
Balanço até à data:
Peso: - 17kg (ahhh achavam que eu ía dizer o meu peso actual? só algumas pessoas o sabem e é com essas que o "segredo" fica)
IMC: 26,6 Excesso de Peso (ainda...mas não por muito tempo)
Balanço até à data:
Peso: - 17kg (ahhh achavam que eu ía dizer o meu peso actual? só algumas pessoas o sabem e é com essas que o "segredo" fica)
IMC: 26,6 Excesso de Peso (ainda...mas não por muito tempo)
Obrigada por todos os comentários, mensagens e
e-mails que me têm enviado neste último ano. Obrigada pelas vossas palavras de
incentivo. E obrigada, também, por terem lido aquele que eu acho ser o post mais longo do Ppm!
Apesar destes números ainda não serem os ideais, armei-me em vaidosa-pirosa e achei que merecia umas fotos giras e com pinta, por isso desafiei a Ana para uma sessão fotográfica daquelas "para mais tarde recordar" e cujas fotos são as que acompanham este post. Obrigada, Ana! Adorei os resultados <3
Apesar destes números ainda não serem os ideais, armei-me em vaidosa-pirosa e achei que merecia umas fotos giras e com pinta, por isso desafiei a Ana para uma sessão fotográfica daquelas "para mais tarde recordar" e cujas fotos são as que acompanham este post. Obrigada, Ana! Adorei os resultados <3
Parabéns!! Grande exemplo! Força para manter!
ResponderEliminarAmei o post Margarida. Acho que além de coragem tens uma honestidade imensa, o que te torna tão especial. És uma verdadeira inspiração. Também eu quero mudar o meu estilo de vida, não só por questões físicas mas sobretudo para me sentir bem no andar de cima ;) Vai aos poucos, não tão rápido como desejaria mas pelo menos tenho consciência daquilo que quero para mim e para os meus. Obrigada pela partilha. Beijinhos
ResponderEliminarMuitos parabéns Margarida!Li até ao fim, claro.
ResponderEliminarJá aqui comentei que esta sua caminhada me inspirou e como estou a chegar ao 40, tomei também a decisão de perder peso e ganhar saúde, foi uma resolução de Ano Novo... e já lá vão 13kg... Agora também quero manter, e sei como por vezes é tão difícil resistir...
mais uma vez, obrigada pela motivação que sempre demonstrou e continue com muita força!
Sara Grilo
Parabéns Margarida, gostei de te ver! Continua com a mesma força de vontade a resistir aos doces e outras iguarias, o chocolate cá em casa dura pouco, quando abuso noto logo o pneuzinho enfim, depois dos quarenta temos que ter mais atenção ao que comemos.
ResponderEliminarParabéns também à fotografa estão lindas as fotos!
Beijinhos
Lí, e com muito prazer.
ResponderEliminarDevo de começar a fazer alguma coisa, pois o meu peso está muito longe do ideal; e não só o peso, mas como me sinto, 'grande' e 'fortalhuça'! vulgo gorda.
Quanto à idade, bem, vamos por partes, não vai ajudar mas vou tentar-55!
Gosto de ver o seu empenho. Continue com força, pois vale a pena.
Parabéns Margarida! Sei o que custa, pois também decidi perder algum peso, agora que cheguei aos 50. Os primeiros quilos sáo de facto os mais rápidos, mas com disciplina e força de vontade chegamos lá. Exemplos como o teu são uma motivação e uma inspiração. E a sessão fotográfica ficou o máximo!
ResponderEliminarEstás linda!!!
ResponderEliminarGrata pela partilha e por me motivares a fazer o mesmo. Os bons exemplos são para seguir. :)
És uma mulher cheia de força!
ResponderEliminarO que me ri :) Muito Bom Margarida. Força e felicidades nos teus projectos. Beijinhos
ResponderEliminarAdmiro-te. Parabéns!
ResponderEliminar