quinta-feira, 26 de março de 2020

Lua Nova em Carneiro


A Lua Nova em Carneiro aconteceu anteontem e eu estive a assistir a um webinar sobre o assunto, feito por uma pessoa na qual confio plenamente, a Vera Braz Mendes.

(Ahhhh, o que é isto? A Margarida agora fala de Astrologia? Confesso que não percebo nada do assunto, embora há muito tempo me interesse sobre o mesmo  – e não, não estou a falar das “previsões” que vêm nas revistas... – porém, algumas circunstâncias à minha volta levaram-me a tomar a decisão de aprender a falar “astrologuês” ou “zodiaquês”, como preferirem.)

Voltando à Lua Nova!

O webinar foi muito mais do que isso, foi, também uma verdadeira reflexão sobre o que se está a passar, neste momento, não só à nossa volta, como em todo o mundo. Refiro-me, obviamente, à pandemia provocada pelo Covid 19 e que está a deixar cidades vazias, silenciosamente pesadas e hospitais cheios à beira do abismo.

Esta imposição para ficar em casa é má. Por muitos motivos é! Não há como o negar. E irá ter consequências nefastas em diversas áreas da sociedade. Estou, agora a olhar para o copo meio vazio que tenho na minha frente, por isso, decido e  vou buscar um copo mais pequeno, verter nele toda a água e passo a olhar para um copo totalmente cheio.

Ficar em casa pode ser visto como um convite do Universo a olharmos para dentro de nós: o que nos move, quem somos, que medos temos, que assuntos temos por resolver, ... É um ficar dentro da nossa própria casa, que é como quem diz, no nosso corpo e na nossa mente. È ir às raízes emocionais, cuidar delas e renascer. A vida lá fora corre tão depressa e a um ritmo tão alucinante, que a nossa realidade chega a ser alucinada, e não temos tempo para nada. Chegou a altura!

Pelo que percebi, há uma conjugação de planetas no céu, no signo de capricórnio, que desencadeou tudo o que estamos a vivenciar e que veio mexer com as estruturas externas – a sociedade tal como a conhecíamos não voltará a ser a mesma. Está a ser-nos dada a hipótese de criar uma nova realidade. Provavelmente haverá quem se queira manter no mesmo lugar, mas essa realidade, que ontem era uma verdade absoluta, amanhã estará noutra dimensão. Não há volta a dar.

Todas as estruturas, tudo aquilo que tínhamos como dado adquirido está a ser agitado e isso vai mexer com a nossa (sensação) de segurança e daí o tal convite à introspecção, à viagem às nossas raízes e a cuidar delas. Não é o que fazemos com uma planta quando ela está moribunda? Cortamos-lhe as folhas para que a vitalidade da raiz não se perca na totalidade, e passado algum tempo uma nova planta nascerá da terra. Como disse a Vera, há que construir a nossa casa, curar o que está doente para podermos sobreviver.

A nossa urgência será fazer renascer o colectivo, mas não nos podemos direccionar para ele sem que, em primeiro lugar, saibamos e conheçamos a nossa individualidade. A essência de cada um de nós. Cada um de nós tem algo de especial com o qual poderemos contribuir para o grupo, mas só depois de o conhecermos. O que está a ser pedido é que fiquemos connosco para curar os nossos medos, as nossas tristezas, as nossas angústias. Vamos descobrir o sol que temos dentro de cada um de nós.

(Calma, pessoal, eu “não vi a luz” nem me virei para o “espiritualinho” que usa a palavra “grata” e “gratidão” como se estivesse a pedir uma sande e um galão ao balcão de um qualquer café )

Vamos aprender a a lidar com a responsabilidade – primeiro comigo e depois com a sociedade. Pelos vistos este processo teve início em 2008 – lembram-se da infortunada crise que a todos nos tocou? – quando Plutão entrou em Capricórnio.

Como já foi dito anterirmente, estar fechado dentro de casa não é fácil e é com ligeireza que nos escapamos ao estar connosco – temos, para o bem e para o mal, muitas distrações: as redes sociais, as séries da moda e toda uma panóplia de coisas que nos afastam o pensamento de nós próprios. Não, isto não se trata de egoísmo, nem de egocentrismo – isso é totalmente diferente! Aproveitemos este tempo para nos “desligarmos” do exterior e nos “conectarmos” com o nosso eu para nos começarmos a curar – não fiquemos à espera que passe, como se estivéssemos distraídos numa estação de metro. É que logo de seguida não virá nenhum combóio... Se é isso que fizermos, as feridas – mais ou menos abertas – continuarão lá e nunca serão saradas. Posso dizer-vos que tenho algumas abertas, mas que por já as ter identificado, já iniciei o meu looonnnngo caminho de cura.

Tudo o que se passa fora de mim, passa-se dentro de mim. É o efeito espelho. Se algo ou alguém me irritam ou me desconcertam, o que é que está avariado dentro de mim? Olhem que isto não é fácil. Durante muito tempo neguei esta teoria, até que aos poucos fui descobrindo o porquê de algumas birras, dores, actos, ...

A chegada de uma Lua Nova representa uma nova energia, que ao longo do ano vai passando de signo em signo, cada qual com as suas características. E é nesta altura que devemos iniciar um processo de renascimento, colocando as nossas intenções – nunca esquecendo de agradecer por tudo o que já conquistámos e deitar fora o que já não nos faz falta.

A Lua Nova em Carneiro – a tal que chegou anteontem – representa libertação: de raiva, de incapacidade de estabelecer fronteiras, de impulsividade; mas também representa construção: pioneirismo, iniciativa, acção directa e concreta, coragem - que é como quem diz "acção" (agem) vinda do interior, do coração (cor).

E agora? O que faço com isto? Se fores audaz, faz o teu mapa (ou carta) natal, está atento às lunações, vê qual a casa que a Lua abre, pois é aí que terás de desbravar caminho. Usemos cada Lua Nova para nos concretizarmos.

Uma das frases que ontem mais me marcou, dita pela Vera foi: “Deixem que o mundo vos veja!” (que, de imediato me levou para uma canção que cantávamos na oração da manhã no Colégio e que dizia: "essa luz pequenina, vais deixá-la brilhar")

Isto tudo fez sentido ou estive a falar chinês? Bem, se isto é chinês, talvez o melhor – se quiserem saber mais sobre o assunto – é marcarem uma consulta com a Vera, que ela explica tudinho tim-tim por tim-tim.

PS - Este não é um post patrocinado. Ninguém me pediu para o escrever. Apenas senti vontade de partihar isto convosco, porque foi algo que me tocou. E só vos digo que vou ter muito trabalhinho pela frente, pois a Casa que o Carneiro abre no meu mapa não é pêra doce...

Pano p'ra Mangas


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