domingo, 29 de novembro de 2015

Fátima


Há anos que não ía a Fátima, embora lá desejasse ir há algum tempo - sei lá, nunca se tinha proporcionado ou talvez eu nunca tenha feito com que acontecesse .  Crenças à parte - pois como sabem não discuto nem religião, nem política, nem futebol! - temos de admitir que aquele lugar tem qualquer coisa de mágico. É tão, mas tão mágico que quis que o Sábado não terminasse sem um encontro inesperado: tinha eu acabado de murmurar "quem será a pessoa conhecida que vou encontrar aqui", quando me viro e tinha à minha frente a querida Cristina e a sua linda familia - foi tão giro este encontro!!!
É um lugar que transmite paz e serenidade e um conforto interno que não se explica, só se sente - que não tem nada a ver com velas acesas, promessas feitas ou cumpridas. Só sei que não quero ficar tanto tempo sem lá voltar.

No Domingo assisti à Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade, que ao contrário do que se diz por aí não é um ovni ou um armazém... É simplesmente, fenomenal - a luz foi o que mais me impressionou: não havia, ou pelo menos não se via, uma única lâmpada acesa, e toda a luminusidade vinha de um tecto quase translúcido. Também ali a atmosfera e o ar que se respira é de tranquilidade, ou pelo menos foi assim que o encarei, apesar da multidão que enchia o espaço - tem capacidade para quase 9000 pessoas! Só não gostei do Cristo que está no altar  - até pode ser de um escultor todo XPTO, mas não gostei: em nada se parece com as imagens a que nos habituámos... 


Devo dizer que também não gostei do lado comercial. É excessivo. Centenas de quiosques com os mesmos artigos: ao passar pelas bancas, os comerciantes chamam por nós como se de uma feira se tratasse, vendem objectos que nada têm a ver...enfim,  só me fez lembrar uma passagem da Biblia em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo.
No entanto, quer se acredite ou não no milagre de Fátima, quer se seja Católico ou não, é um lugar onde toda a gente devia ir pelo menos uma vez na vida: estar ali em silêncio e recolhimento apenas para reflectir na vida e quiçá, se encontrar consigo próprio.


(não resisti a esta sinalética eheheh)

Pano p'ra Mangas
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sábado, 21 de novembro de 2015

Ballet: Admirável mundo novo


Quando no ano passado iniciei as aulas de ballet elementar para adultos, descobri que afinal havia um desporto que poderia ser prazeroso e não penoso! - até porque um ginásio repleto de máquinas, aulas aos pulos no chão ou em pequenos trampolins (actualmente muito na moda)  não é para mim. Infelizmente, pouco tempo depois tive de desistir por não ser compatível com os meus horários. Guardei as sapatilhas sem nunca ter chegado a aprender os nomes de cada passo ou exercício e adiei as aulas por tempo indefinido, tempo esse que terminou há quase dois meses, no dia em que celebrei os "menos quinze".
Duas vezes por semana lá estou eu. O mais pontual possível sempre equipada de uma garrafa de água, pois ao fim de dez minutos de exercícios de chão eu já estou imprópria para consumo.
Para quem vê um/a balarino/a em palco tudo parece leve, gracioso, fresco e, sobretudo, fácil. Tudo certo excepto o último adjectivo. Tem tudo de bom, menos o fácil. Aprender a respirar, treinar o equilíbrio, melhorar a postura, o coordenar de pés, pernas, braços e cabeça,  tornar o corpo elástico... acho que nunca conseguirei aqui enumerar todas os desafios que surgem a cada aula. 
Quando penso que já estou a fazer "bem" o exercício de pernas, lá vem um "agora a cabeça!" ou "e com as mãos..." - reviro os olhos, coço a cabeça e recomeço tudo. Por vezes também reclamo... Saio de cada aula (que dura entre uma hora a uma hora e meia) estafada mas de alma lavada. Nos dois dias seguintes dói-me tudo - tenho descoberto músculos no meu corpo que não sabia existirem! Até o levantar da cama é doloroso. No entanto é uma dor boa, que me sabe bem.

 "Uma bailarina tem de ser flexível como um gato, leve como uma pena, ágil como um esquilo, graciosa como um cisne", in Anita no ballet
Quem acompanha o meu IG e, consequentemente, visto algumas fotografias, tem-me feito várias perguntas às quais pretendo responder aqui:

Qualquer pessoa pode frequentar estas aulas?
Acho que sim, desde que não tenha qualquer contra indicação médica ou lesão que não o permita. O peso de corpo não tem qualquer influência - no ano passado, quando me inscrevi pela primeira vez tinha mais 15kg do que agora... Além disso um grande número de escolas permite que se faça uma aula experimental - tentem, não custa nada!

Com que frequência se deve ir?
Ora bem, não sei..depende de muitos factores, entre os quais a disponibilidade, compatibilidade de horários, entusiasmo... Eu faço duas aulas por semana, baseadas na compatibilidade de horários.


Qual o equipamento usado?
Não sei quais as exigências das outras escolas, mas no Atelier do Movimento, não são nenhumas. Joga-se com o bom senso. Eu uso: sapatilhas (que têm de ser à medida do pé), leggings pretas ou cinza, t-shirt e umas meias (que calço por cima das sapatilhas para os exercícios de chão)

Onde é que se pode aprender?
Em Faro sei de, pelo menos duas escolas: o Atelier do Movimento - onde eu ando, e a Companhia de Dança do Algarve. Pode haver mais, mas não que eu saiba. No resto do país, basta que perguntem ao Google - este senhor tem resposta para tudo e tenho a certeza que encontrará a escola mais adequada em qualquer parte do país.

Quanto custa?
Mais uma vez depende da escola, da localidade, dos professores... A partir de 25 euros por mês já podem encontrar alguma coisa.

Caso queiram colocar mais alguma questão, deixem-na na caixa de comentários ou enviem-me um e-mail, pois naquilo que eu puder ajudar, responderei.

Ahhh, só mais um detalhe: se pensam que ao fim de uma semana já estão a dançar em pontas o Lago dos Cisnes, lamento informar-vos que a resposta é não. Tal como Roma e Pavia, o ballet também não se faz num dia!

Pano p'ra Mangas
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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O melhor Brunch a sul do Tejo


Quem me acompanha aqui no blog - e no IG - sabe que eu sou fã incondicional do Ria Formosa (aqui ou aqui), no topo do Hotel Faro, em particular da sua esplanada e vista a perder-se no horizonte da ria que dá nome ao restaurante, esplanada essa que me serve muitas vezes de "escritório" e onde adoro passar tardes soalheiras a escrever, estudar ou apenas a desfrutar a paisagem.
Já aqui tenho falado das iguarias que fazem parte do menu, quer ao almoço quer ao jantar, mas há pouco tempo foi aqui introduzido o Brunch, que é servido apenas ao Domingo e que só de olhar coloca em alerta a mais escondida das papilas gustativas. Há de tudo um pouco e de semana para semana, o buffet é uma surpresa gastronómica, pois um grande número de pratos não se repete. O Chef Alberto Carvalho  - e a sua magnífica equipa - supera-se a cada travessa. Parabéns!  


A variedade é tanta e de tão boa qualidade que é quase impossível enumerar o que recheia a mesa: mini-rissóis de leitão, ovos mexidos com espargos frescos, tortelinni de queijo com mangericão, xarém de berbigão, feijoada de búzios (servida nuns tachinhos que são um mimo!), arroz de pato, tábua de queijos (com frutos secos, compotas e uma variedade de crackers para acompanhar), salada de ovas ou de polvo, salmão fumado com rodelas de lima, salada caprese, queijo ricotta, saladas variadas (alface, tomate, couve roxa,...), tábua de enchidos. Há também sopa - o que, para quem tem crianças é óptimo. 

 
Quanto às sobremesas: fruta fresca, em salada ou fatiada, tortas e bolos vários (hoje, por exemplo, havia um de batata doce de comer e chorar por mais), mousse de chocolate, tiramisú, ... de certeza que me está a falhar muita coisa.
E como em qualquer "mesa" portuguesa, também o pão é rei: de sementes, integral, de mistura - em bolinhas ou fatiado - e um indispensável pão sem glúten. Há também panquecas, croissants e pão de ló.


Só de escrever já estou com "fome". Imaginem agora, ter isto tudo à frente. Não posso lá ir muitas vezes, pois a barriga come tanto como os olhos e depois lá se vai a dieta. Mas dias não são dias e hoje foi um "não dia" - amanhã compenso :-) E como seria de esperar, acabei por ficar por lá a usufruir de um belo dia de Outono que terminou com um pôr-do-sol, simplesmente, memorável.


O Brunch de Domingo está aberto ao público em geral - e não só a hóspedes do hotel - e é servido todos os Domingos no Restaurante Ria Formosa entre as 12h e as 15h. O preço é de €18,00 por pessoa (crianças até aos 4 anos não pagam e até aos 12 têm 50% de desconto) e não inclui bebidas. 
Quando quiserem experimentar, aconselho a reserva de mesa, pois a sala enche-se de gente gira, simpática e feliz. 

Pano p'ra Mangas
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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um rosto. Uma vida. Muitas marcas.


É sabido que não gosto de fotografar pessoas. Não me sinto à vontade. É algo completamente fora da minha zona de conforto. Mas às vezes vejo rostos que são totalmente irresistíveis e, nem sei bem como, dou o salto para fora do meu pequeno circulo e, quando dou por mim, já estou a pedir autorização para tirar uma fotografia. 
Foi o que aconteceu com esta senhora. Vi-a ao longe e não lhe resisti. Primeiro a sua postura quieta e serena, atenta a quem passava e ao mesmo tempo sem dar grande importância. Aproximei-me e quando vi que tinha uns olhos azuis lindíssimos (eu tenho uma adoração por olhos azuis e se há coisa que tenho pena de não ter  - fisicamente - herdado são os olhos das minhas avós: os de uma eram verdes azulados e os da outra do azul mais transparente...) e aí soube mesmo que tinha de lhe tirar uma foto. Depois as rugas - marcas de um tempo que se perde no próprio tempo.
Como retrato - tecnicamente falando - a imagem até pode estar um desastre (isto quem é pró é que poderá constatar ou não) mas tenho a certeza que irá ficar gravado na minha memória por muito tempo. E é isso que interessa. Apenas quis prolongar esta memória numa imagem...


Pano p'ra Mangas
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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Chips de batata doce


Outono é sinónimo de batata doce: assada, cozida, aos cubinhos no cozido de grão... e só não é frita, porque cá em casa não comemos fritos - e também porque não conseguimos igualar as batatas fritas doces que a avó fazia. Nós chamávamos-lhes "almofadinhas", pois ela, com a sua paciência infinita e munida de uma colher cobria cada rodela de batata com óleo a ferver de modo a que a mesma soltasse uma película e formasse uma bolha. No final, polvilhávamo-las com canela e faziam as nossas delícias à sobremesa ou a acompanhar quer carne, quer peixe grelhado (dito assim parece estranho, mas com carapaus grelhados era uma delícia...)
No fim de semana resolvi experimentar uns chips de bata doce, mas em vez de fritar, fiz no forno. Descasquei uma batata grande, cortei em rodelas finas as quais foram ao forno em três doses (forno a 180º durante 20 minutos: 10 de um lado e 10 de outro). Forrei uma forma com papel de alumínio e peincelei com um pouco de azeite para não agarrar. No fim, polvilhei com canela.
Valeu pela experiência, mas haja paciência. Levei quase duas horas a fazer UMA batata que depois desapareceu numa questão de minutos... é mesmo bom, mas dá muito trabalho para se comer tão depressa :-) Se vou repetir? Claro que sim! Ou não fosse a culinária a minha veia masoquista :-) 

Pano p'ra Mangas
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