(Ahhhh, o que é isto? A Margarida
agora fala de Astrologia? Confesso que não percebo nada do assunto, embora há
muito tempo me interesse sobre o mesmo – e não, não estou a falar das “previsões” que
vêm nas revistas... – porém, algumas circunstâncias à minha volta levaram-me a
tomar a decisão de aprender a falar “astrologuês” ou “zodiaquês”, como
preferirem.)
Voltando à Lua Nova!
O
webinar foi muito mais do que
isso, foi, também uma verdadeira reflexão sobre o que se está a passar, neste
momento, não só à nossa volta, como em todo o mundo. Refiro-me, obviamente, à
pandemia provocada pelo
Covid 19 e que está a deixar cidades vazias,
silenciosamente pesadas e hospitais cheios à beira do abismo.
Esta imposição para ficar em casa
é má. Por muitos motivos é! Não há como o negar. E irá ter consequências
nefastas em diversas áreas da sociedade. Estou, agora a olhar para o copo meio
vazio que tenho na minha frente, por isso, decido e vou buscar um copo mais pequeno,
verter nele toda a água e passo a olhar para um copo totalmente cheio.
Ficar em casa pode ser visto como
um convite do Universo a olharmos para dentro de nós: o que nos move, quem
somos, que medos temos, que assuntos temos por resolver, ... É um ficar dentro
da nossa própria casa, que é como quem diz, no nosso corpo e na nossa mente. È
ir às raízes emocionais, cuidar delas e renascer. A vida lá fora corre tão
depressa e a um ritmo tão alucinante, que a nossa realidade chega a ser
alucinada, e não temos tempo para nada. Chegou a altura!
Pelo que percebi, há uma
conjugação de planetas no céu, no signo de capricórnio, que desencadeou tudo o que estamos a vivenciar e que veio
mexer com as estruturas externas – a sociedade tal como a conhecíamos não
voltará a ser a mesma. Está a ser-nos dada a hipótese de criar uma nova realidade.
Provavelmente haverá quem se queira manter no mesmo lugar, mas essa realidade,
que ontem era uma verdade absoluta, amanhã estará noutra dimensão. Não há
volta a dar.
Todas as estruturas, tudo aquilo
que tínhamos como dado adquirido está a ser agitado e isso vai mexer com a
nossa (sensação) de segurança e daí o tal convite à introspecção, à viagem às
nossas raízes e a cuidar delas. Não é o que fazemos com uma planta quando ela
está moribunda? Cortamos-lhe as folhas para que a vitalidade da raiz não se
perca na totalidade, e passado algum tempo uma nova planta nascerá da terra.
Como disse a
Vera, há que construir a nossa casa, curar o que está doente para
podermos sobreviver.
A nossa urgência será fazer
renascer o colectivo, mas não nos podemos direccionar para ele sem que, em
primeiro lugar, saibamos e conheçamos a nossa individualidade. A essência de
cada um de nós. Cada um de nós tem algo de especial com o qual poderemos contribuir para o grupo, mas só depois de o
conhecermos. O que está a ser pedido é que fiquemos
connosco para curar os nossos medos, as nossas tristezas, as nossas angústias.
Vamos descobrir o sol que temos dentro de cada um de nós.
(Calma, pessoal, eu “não vi a
luz” nem me virei para o “espiritualinho” que usa a palavra “grata” e
“gratidão” como se estivesse a pedir uma sande e um galão ao balcão de um
qualquer café )
Vamos aprender a a lidar com a
responsabilidade – primeiro comigo e depois com a sociedade. Pelos vistos este
processo teve início em 2008 – lembram-se da infortunada crise que a todos nos
tocou? – quando Plutão entrou em Capricórnio.
Como já foi dito anterirmente,
estar fechado dentro de casa não é fácil e é com ligeireza que nos escapamos ao
estar connosco – temos, para o bem e para o mal, muitas distrações: as redes
sociais, as séries da moda e toda uma panóplia de coisas que nos afastam o
pensamento de nós próprios. Não, isto não se trata de egoísmo, nem de
egocentrismo – isso é totalmente diferente! Aproveitemos este tempo para nos
“desligarmos” do exterior e nos “conectarmos” com o nosso eu para nos
começarmos a curar – não fiquemos à espera que passe, como se estivéssemos distraídos numa estação de metro. É que logo de seguida não virá nenhum combóio... Se é isso que fizermos,
as feridas – mais ou menos abertas – continuarão lá e nunca serão saradas.
Posso dizer-vos que tenho algumas abertas, mas que por já as ter identificado,
já iniciei o meu looonnnngo caminho de cura.
Tudo o que se passa fora de mim,
passa-se dentro de mim. É o efeito espelho. Se algo ou alguém me irritam ou me
desconcertam, o que é que está avariado dentro de mim? Olhem que isto não é
fácil. Durante muito tempo neguei esta teoria, até que aos poucos fui
descobrindo o porquê de algumas birras, dores, actos, ...
A chegada de uma Lua Nova
representa uma nova energia, que ao longo do ano vai passando de signo em
signo, cada qual com as suas características. E é nesta altura que devemos
iniciar um processo de renascimento, colocando as nossas intenções – nunca
esquecendo de agradecer por tudo o que já conquistámos e deitar fora o que já
não nos faz falta.
A
Lua Nova em Carneiro – a tal
que chegou anteontem – representa libertação: de raiva, de incapacidade de
estabelecer fronteiras, de impulsividade; mas também representa construção:
pioneirismo, iniciativa, acção directa e concreta, coragem - que é como quem diz "acção" (agem) vinda do interior, do coração (cor).
E agora? O que faço com isto? Se
fores audaz,
faz o teu mapa (ou carta) natal, está atento às lunações, vê qual
a casa que a Lua abre, pois é aí que terás de desbravar caminho. Usemos cada
Lua Nova para nos concretizarmos.
Uma das frases que ontem mais me
marcou, dita pela Vera foi: “Deixem que o mundo vos veja!” (que, de imediato me levou para uma canção que cantávamos na oração da manhã no Colégio e que dizia: "essa luz pequenina, vais deixá-la brilhar")
Isto tudo fez sentido ou estive a
falar chinês? Bem, se isto é chinês, talvez o melhor – se quiserem saber mais
sobre o assunto – é marcarem uma consulta com a
Vera, que ela explica tudinho
tim-tim por tim-tim.
PS - Este não é um post patrocinado. Ninguém me pediu para o escrever. Apenas senti vontade de partihar isto convosco, porque foi algo que me tocou. E só vos digo que vou ter muito trabalhinho pela frente, pois a Casa que o Carneiro abre no meu mapa não é pêra doce...
Pano p'ra Mangas