Há umas semanas fui entrevistada para uma rubrica denominada People of Faro, no âmbito de um projecto desenvolvido pela Associação Contextos cuja hashtag #peopleoffaro podem usar nas redes sociais para descobrir uma série de pessoas talentosas aqui da vila.
O convite foi feito pela Beste, uma miúda turca, temporariamente a viver e a fazer voluntariado em Portugal e com uma história - com certeza comum a muitas outras pessoas - de fazer correr as lágrimas pelo rostos de que a ouve. Uma história de perda, de dor e de superação, que ela partilhou no PechaKucha (sobre isto falarei noutro post)
Encontrámo-nos num dia frio de Janeiro na Baixa de Faro e fomos até à Cidade Velha, zona que me é muito querida, por ser pequenina e acolhedora e por me trazer sempre algo de novo quando por lá ando. Sabem aquele coisa que gosto de fazer que é ser turista na minha própria cidade?
Com ela veio a Ana Monteiro, fotógrafa, que conseguiu captar o meu mais emotivo sorriso - ou pelo menos aquele que é possível em dias de Inverno, já que eu, apesar de gostar do frio, sou uma pessoa sol e que precisa de bom tempo. Eu, de microfone ao peito e a Beste de gravador em punho lá me foi fazendo umas perguntas.
O texto original está em inglês, mas para quem quiser, deixo aqui a tradução do mesmo.
Movida a curiosidade, a Margarida considera o palco a sua casa. Ter começado ballet aos 41 anos é o seu super-poder.
Quem é a Margarida?
A Margarida é uma pessoa muito curiosa. Normalmente digo que sou movida a curiosidade e que esse é o meu combustível. Sempre fui assim. Sou uma pessoa tímida e introvertida, apesar de as pessoas não o acharem.
Sou portuguesa, de Faro. Vivi quase toda a minha vida aqui com alguns períodos no estrangeiro. Fiz Erasmus na Austria, em 1994, quando mal se sabia o que isso era. E há alguns anos vivi em Londres durante um ano e meio. A minha alma está em qualquer lugar.
O que queres ser quando fores mais velha?
Eu deixo-me ir na corrente. Presentemente estou a leccionar Escrita Criativa e, talvez, seja este o caminho, pelo menos durante uns anos. Um dos meus sonhos é participar numa TedX: estar em palco! Porque o palco é onde me sinto em casa.
Aos 41 anos decidi seguir um sonho de criança que era aprender ballet clássico. Encontrei aulas de ballet para adultos em Faro e no final desse ano lectivo tivemos um espectáculo. Dançámos um pequeno excerto do Lago dos Cisnes. Depois disso fiz Giselle e Dom Quixote, sempre de tutu e sapatilhas de pontas! Isto foi o sonho de uma criança tornado realidade depois dos 40 anos. O meu super poder é ter-me iniciado no ballet aos 41.
Qual é a primeira coisa que te vem à cabeça quando pensas em Faro?
O sol e a luz. Também as ilhas, A Ilha do Farol também me sabe a casa - é um lugar feliz. É um lugar onde me sinto segura e em paz e onde gosto de estar durante o Verão.
Qual seria a banda sonora da história da tua vida?
Esta pergunta faz-me reviver os meus tempos de Erasmus. Havia uma banda chamada Extreme. Também os U2 ou os Xutos e Pontapés. Actualmente gosto de ouvir música clássica e bandas sonoras de filmes, sendo Hans Zimmer o meu compositor favorito. Posso passar horas seguidas a ouvi-lo.
Qual o lugar em Faro, com o qual estás mais conectada? Porquê?
A Ilha do Farol. Porque algumas das minhas melhores memórias vêm de lá, desde a minha infância até à minha vida adulta. Lembro-me, por exemplo, de no final do terceiro ano da faculdade estar completamente esgotada e de a minha mãe me querer levar ao médico. Eu não quis. Disse-lhe que apenas precisava de passar uns dias na ilha e que ficaria bem. E assim foi.Passei lá cinco dias e fiquei curada.
Também o centro da cidade. Porque gosto de andar por aqui, às vezes com a minha camera outras apenas com o telefone. Por muitas vezes que passe pelo mesmo lugar, a luz e os dias, tornam-no diferente.
Passados uns dias, voltei a encontrar-me com a Beste e com a Ana, não para mais perguntas, mas para umas fotos LINDAS DE MORRER no meu (mini) Atelier da Barafunda! Obrigada, do fundo do coração 💗
Pano p'ra Mangas
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