terça-feira, 27 de maio de 2014

Livros: Mal Nascer de Carlos Campaniço


Faz hoje uma semana, depois de um dia que se revelou mais duro e cansativo do que o expectável, ainda fui buscar energia para ir ao lançamento de um livro. Não fosse o autor ser meu amigo, acreditem que não tinha ido, pois estava um frio e uma chuva que só apetecia estar em casa. No entanto fui e não me arrependo nem um bocadinho!
Conheci o Carlos há uns anos num curso de Escrita Criativa, que ambos frequentámos e desde então não lhe tenho perdido (muito) o rasto. Depois do curso ainda estivemos juntos num grupo literário - que esteve em vias de lançar um livro, mas que no final não deu em nada - e por essa altura já ele tinha lançado o seu primeiro romance, Molinos. Li-o num fôlego apesar de, na minha modesta opinião, ser um livro bastante denso e com uma linguagem algo rebuscada. Gostei muito.
Na terça-feira trouxe na mala, bem resguardado da chuva um exemplar autografado - é que nem podia ser de outro modo - do romance Mal Nascer. Por esta altura vou a meio, e só ainda não o terminei porque o tempo livre tem sido escasso. A acção decorre algures no Alentejo, numa vila onde o poder político e da justiça estão concentrados numa só pessoa. Entretanto chega ao local um médico, um filho da terra, que não revelando a sua identidade dá inicio à sua vida profissional ... e mais não conto, pois terão de ler!
Esta é uma obra extremamente bem escrita, que nos leva a um passado que não é tão longínquo como tudo isso e que deixou marcas na sociedade de hoje. É extremamente rica em recursos estilísticos,e é possível encontrar regionalismos - conhecem mais algum sitio em que se diga "panito" (em vez de pão) além do Alentejo ou do Algarve? Durante o lançamento do livro houve quem tivesse dito que ao ler o livro parecia que estava a ouvir o Carlos, e que esta era uma obra com sotaque :-)


Pano p'ra Mangas

1 comentário:

  1. Parece-me um bom livro para pegar à oite. Tenho saudades e ouvir "panito", "gaiato" e outras coisas que ouvi (e que por vezes uso à laia de saudade, a ver se a disfarço) e que aprendi quando vivi em Évora. O livro promete!

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