quinta-feira, 18 de outubro de 2018

"Aceita-te tal como és!"

Hummm, por aqui há tanto para dizer...mas o que quero partilhar convosco é uma opinião muito pessoal - que com certeza não é só minha, afinal great minds think alike eheheh Esta moda do Aceita-te tal como és, não passa de uma grande ratoeira veiculada pelos media, sobretudo pelas redes sociais. 

"Bateste com a cabeça, Margarida?" Não, não bati! Mas podem bater-me à vontade. Contudo, convido-vos a pensar comigo.

Até há uns anos imperava o culto da magreza. Certo? São tantas as histórias de raparigas que, para serem magras, cometiam verdadeiros crimes com o seu corpo e com a sua mente. Não precisam que vos vá buscar relatos de anorexia ou bulimia - isto só para falar nas doenças mais conhecidas - pois não?

Coitadas das gordinhas. E estou a usar um diminutivo num eufemismo irónico porque quem tem peso a mais não se sente gordinho. Sente-se gordo, obeso, um elefante ou uma baleia. Infelizmente é assim, e eu sei do que falo. As gordinhas riem-se, são divertidas, são fofinhas e são as queridas, as amigas, as melhores pessoas do mundo. Mas serão mesmo? Serão mesmo tudo isto? Ou serão assim para esconder alguma frustração? Tantas vezes que se riem para não chorar, tantas vezes que são as amigas quando, na realidade queriam ser as namoradas, tantas vezes que são queridas só pelo medo da rejeição...  E não vou eu aqui falar no que respeita a ofertas/entrevistas de emprego: "dois palmos de cara e meio palmo de rabo" ainda prevalecem sobre o factor "dois dedos de testa". Enfim...

Continuemos...

Depois de polémicas com modelos que desmaiaram em desfiles ou que chegaram a cometer suicídio, a industria da moda veio dar algumas tréguas a este culto da magreza. Nas campanhas publicitárias começam a aparecer corpos "normais" e algumas marcas de roupa voltaram a fabricar números decentes. Pessoalmente, adoro as campanhas da Dove que, mesmo assim me deixam a pensar, e já explico porquê.

Surgem, também, livros que prometem perdas de peso fantásticas segundo métodos mais ou menos fiáveis. E não são um nem dois. São às dezenas! Basta ir a uma livraria e passar pela secção de saúde e bem-estar. Por um lado é fantástico, pois um livro custa menos que muitas consultas num especialista; por outro pode ser um risco para a saúde de quem cumpre todos os itens das dietas universais. A par dos livros aparece a moda desenfreada dos ginásios, do ser fit, de ter um six pack bem definido e uns glúteos bem tonificados - acham que não? Basta fazer contas ao número de cadeias de ginásios que surgiu nos últimos anos...são mais que as mães! Nem os vídeos da Jane Fonda lhes fazem frente!!!!

Até aqui tudo bem. Estamos a trabalhar para uma população mais saudável, menos sedentária e com hábitos que, com certeza lhe trará mais anos de vida. Há quem consiga atingir os objectivos e há quem - por mais de milhentas razões - não chegue nem perto. E não se trata de falta de vontade ou empenho, pois às vezes há questões de saúde que não permitem que isso aconteça.

E é aqui que surge a ratoeira da aceitação... 

Nas redes sociais, em particular o Instagram que vive da imagem, surgem mulheres - vou só falar das mulheres, ok? - que exibem gordura, celulite, marcas (naturais ou não), flacidez num quase grito de liberdade onde se lê "Eu sou assim. Eu também tenho celulite. E depois? Aceito-me como sou!"

E atrás destas surgem outras, e outras e mais outras... 

Pois... Mas será assim mesmo? Confesso que tenho alguma dificuldade em acreditar. Até podem ser tentativas de aceitação, mas lá no íntimo o que estarão a pensar estas mulheres? No momento em que publicam a foto até podem gostar daquela casca de laranja que mais parece um laranjal, mas e no minuto seguinte? Ninguém se aceita a 100% o tempo inteiro! 

Por outro lado há quem esteja a ser devorado por estas imagens. E muitas ficarão a pensar: " Eu também sou assim. Eu também tenho aquela celulite. Eu também me deveria aceitar como sou! Mas como, se eu não gosto do que vejo? Se eu não gosto do meu corpo? Ahhh, espera...eu tenho muito mais celulite! É por isso." Mentira... às vezes não se tem... O espelho é um traidor e o cérebro é o seu maior cúmplice - ou vice-versa.

Aqui entramos num ciclo semelhante ao que já mencionei anteriormente, o ciclo da frustração. A verdade é esta: a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha! E não se trata de inveja, mas sim de uma incapacidade enorme que temos de sermos felizes com o que somos numa proporção de 100/100.

A verdade é que o Tico e o Teco andam em permanente luta pela posse da avelã e nenhum deles sai vencedor. Por um lado "Aceito-me como sou!" e por outro "5 exercícios para perder a barriga em 20 dias" ou "perca 6kg em 4 semanas". E nem vou comentar a capa de uma das últimas edições da Cosmopolitan UK...

Aceita-te tal como és, mas se queres e podes ser mais, faz por isso. Não encolhas os ombros a algo que não te deixa feliz. 

Pronto, agora já me podem atirar pedras. Ou então, de uma forma construtiva, deixarem nos comentários a vossa opinião sobre este assunto que está tão na berra.


1 comentário:

  1. Concordo. Podemos manter a forma e conseguir melhor figura, mas sem chegar a exageros. Nessa parte é que se deve dizer que se aceita como é. Se tiver uma altura mediana e quiser ter 1,90m não vale a pena frustrar-me, fazer muito desporto ou outras coisas. Aceito-me como sou, mas não vou ficar balofo porque se sou gordo não posso fazer nada. Parece uma conversa de andar à roda, mas alguma coisa há que fazer pela saúde e beleza e não simplesmente aceitar como se é.
    Como faço Cross fit e prefiro aos aparelhos, é curioso ver como tudo no IG é de fotos de cross fit e tudo tonificado. Pelo menos não voltamos à magreza dos anos 90. Beijinho Margarida.

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