Santo António de Lisboa

Num post de Santo António

As quadras não podem faltar

Só preciso de um envelope

P'ra me poder inspirar

Até podes ser popular

Mas não tens sido meu amigo

Terei de mudar de Santo

E mandar-te para o castigo

O São João não está longe

E o São Pedro vem logo a seguir

Porta-te bem Antoninho

Ou eu saio já a fugir

(Eu já cá volto para mais umas quadras!)

Desde o final da tarde

Muitas quadras debitei

Foram tantas ou tão poucas

Que o stock quase esgotei

Pode ser viciante

Isto de escrever em verso

O mal mesmo é começar

E o final pode ser adverso

Mas para terminar em bem

As pazes com o Santo vou fazer

É que isto de estar zangada

Nada comigo tem a ver

Santo António, querido amigo

Que do altar me estás a ver

Sê bonzinho comigo

Que eu te irei agradecer

Está na hora de ir dormir

Que amanhã não é feriado

Pelo menos aqui na ilha

Onde o tempo está embrulhado

Durmam bem caros leitores

Que os versos vão terminar

Vou esticar-me na cama

E a minha luz apagar