10 anos! Ena tantos!

Pano pra Mangas, em 2008

Há 10 anos estava entusiasmada com a ideia de criar um blog com a minha irmã. Nessa altura, a sul, os dias vagarosos eram temperados com as habituais manualidades, pelo puro prazer de fazer. E pela minha rebeldia de escapar às maratonas de equações e problemas de cadeiras das quais já nem me lembro dos nomes. A blogosfera era um vulcão em actividade, e nós curiosas e desertas por experimentar também.

Foi numa tarde de quase-verão que este blog nasceu. Depois de muitas discussões sobre o nome que havia de ter, foi de um comentário a um possível nome que surgiu o Pano pra Mangas. Ainda no tempo em que se publicava sem compromisso, sem recurso à tecnologia que temos hoje, lá íamos construindo o nosso "diário" a 4 mãos. Espelho do atelier, foram passando por aqui diferentes materiais, técnicas, e interesses. Muito ao sabor do que nos ía (e vai) na alma e na vontade, como se de uma porta aberta se tratasse. Estão a ver aquela paisagem a sul, em que as pessoas se sentam na rua junto à porta escancarada, à fresca da noitinha? É assim que vejo este blog. Entrem, venham cá, querem um bolinho? Um café? Venham lá ver o que andamos a fazer...

Agora, já distante do sul e deste blog - enquanto co-autora -, permaneço em silêncio. Já tentei voltar à blogosfera, mas tive outras prioridades que me deixavam pouco tempo para publicar posts e alimentar um blog comme il faut.

Enquanto o mundo rodopiou, e eu à volta dele também, a vida foi-se enrolando e desenrolando como um novelo que teima em não se tornar numa peça acabada. Vou acompanhando pela rama as novidades e as quezílias entre as comadres, e não tendo nada para dizer ou mostrar, quero hoje partilhar apenas algumas reflexões que me parecem oportunas.

1. O mundo tem espaço para todos

Quem diz o mundo, diz a blogosfera, as redes sociais, e o que vai por aí. Há espaço para toda a gente, para todos os talentos, para todos os saberes, sabores - e dissabores! A repetição é própria da natureza: "monkey see, monkey do". Quando alguém se lembra de fazer uma coisa é natural que haja seguidores. Esse efeito de contágio tem o seu lado positivo pois leva alguém a produzir algo, a descobrir, a mexer. Então mexam-se, sejam quem são, na internet ou no mundo real, há espaço!

2. Sobre a originalidade

Há pouco a dizer sobre a originalidade, e como diz a mãe: já está tudo inventado. E este documentário pretende demonstrar isso mesmo. 

A cópia pode ser um método de aprendizagem, repetir o mestre não é necessariamente um ataque, pode ser um querer saber fazer pisando os passos de quem já os deu. O uso indevido da cópia é que traz problemas, e os meios digitais facilitam. Tinha uma professora que dizia: façam cábulas, mas não as utilizem. O princípio aqui é o mesmo. Aprendam uns com os outros, e sejam honestos.

3. Fazer com o coração

Quando nos entregamos com a alma ao que estamos a fazer, o resultado parece que ganha vida própria. Quando faço com o coração, puro e sem qualquer outra intenção, sou feliz. Não existe tempo, não existe espaço, não existe mais nada a não ser aquele momento. 

O que vos posso dizer é que para além dos egos, do mediatismo, do poder, existe uma outra realidade que é o puro prazer de fazer. É a liberdade de fazer com o coração inteiro, é deixar a luz brilhar cá dentro. Brilhem por dentro!

Um abraço de duas voltas e PARABÉNS MANA,

Vânia, a mana mai' nova

P.S.:

Devo confessar que é uma honra ser convidada especial nesta casa. :)

P.P.S.:
A foto, velhinha, mas dos tempos em que a 4 mãos tocávamos este blog, e de quando participávamos em feiras, sempre animadas! #saudades