terça-feira, 27 de outubro de 2015

Faro: à descoberta da minha cidade


Às vezes o tempo acorda feio e assim permanece o resto do dia.
Às vezes apetece-me sair com a máquina ao pescoço e ir por aí a disparar, a fazer experiências, a aprender através de muita tentativa-erro.
Às vezes saio-me bem, outras nem por isso.
Normalmente faço isto sozinha, pois se for acompanhada há sempre alguém que faz frete. Porquê? Porque paro mil e uma vezes a olhar para coisas que quem está comigo não consegue ver. Podem ser umas linhas cruzadas no céu, um nó de uma corda espalmado no chão, ou até o carril do comboio que percorre a linha de ria.
A maior dificuldade que tenho, e a qual não está sob o meu controlo, são as pessoas: aparecem sempre no momento errado quando eu estou prestes a carregar no obturador. Não gosto de fotografar espaços com pessoas - gosto deles livres, limpos, sem pés, pernas ou cabeças que não pertencem ali. Gosto de me sentar no chão, e algumas vezes quase me deito para conseguir captar com a máquina aquilo que os meus olhos vêem. Mais uma vez, às vezes consigo, outras não.
Não tenho qualquer ambição em tornar-me fotógrafa. É que não tenho mesmo. Apenas tenho uma máquina. Só isso - como tal, por favor, não me perguntem quanto custa uma sessão... - é que eu não faço isso!






No Sábado à tarde, com o céu nublado e um chão sem sombras - o tal "tempo feio" -, andei numa destas aventuras. E não fui sozinha, fui antes com a única pessoa com quem consigo embarcar nestes devaneios: a minha irmã. Quem nos via, olhava para nós com um ar de: "Coitadas, o que andarão a fazer com o nariz colado à linha do comboio?" - só para exemplificar.









Ahhh, e já que estamos na onda da fotografia, quero apresentar-vos, com muito orgulho, uma amiga - daquelas que se perdem no tempo, pois está "cá" desde que me lembro como gente.. É fotógrafa, e tomem nota, pois ainda vão ouvir falar nela. No Sábado passado foi a convidada especial do programa Fotografia Total: Sónia Apolónia 

Pano p'ra Mangas
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3 comentários:

  1. As fotos estão lindas, com uma pontaria para os detalhes que mexem connosco. E por acaso, vi esse programa que vejo ao pequeno-almoço na TVI24.

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  2. Nasci em Faro. Morei nesta cidade durante os meus primeiros 2 anos de vida. Depois disso entre 1970 e 1989 esta estação de comboio recebia-me todos os meses de verão e na Pascoa.
    Ia sozinha no comboio em Agosto desde o Barreiro e o meu tio mais o meu avô esperavam-me na estação de Faro no meio dos turistas de mochila e dos algarvios que iam para Espanha, fazer compras.
    Adorei as fotos e as lembranças que me trouxeram.
    Ana Tomás

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  3. Amei os clics. Você diz que não é fotógrafa, mas é sim!!! 😉
    E muito boa.

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