Uma das memórias que tenho de casa da minha avó materna era a permanente existência de uns pequenos cadernos, com páginas amareladas divididas em três, por um picotado, e que ela queimava num cinzeiro de pedra mármore. Cada terço de cada uma daquelas páginas levava algum tempo a ser consumido pelo fogo e deixava no ar um cheiro agradável que ainda hoje recordo.
(É tão engraçado...Enquanto escrevo este texto vêm-me tantas memórias olfactivas daquela casa: além do Papel Oriental, o cheiro a maçãs assadas no forno ou a batatas doces cozidas em tacho de barro, o cheiro floral e doce que saía das pequenas gavetas do seu toucador, o cheiro a alfazema do lenço que trazia sempre na mala ou o cheiro a cera vindo dos soalhos acabados de encerar...)
Mas voltando ao Papel Oriental: quando se acabava, alguém trazia mais, creio que da farmácia. Nesta época ainda não se via à venda os já comuns "pauzinhos de insenso" e aromatizava-se a casa com o que havia...
Foi com tristeza que vi esse produto deixar de ser vendido. Tanto eu, como a minha irmã procurámo-lo durante anos, quer em farmácias mais antigas, drogarias do antigamente e até perfumarias mais tradicionais. Nada! Mesmo nada! Há uns meses encontrei-os à venda no OLX por uma pequena fortuna e há poucas semanas a minha irmã encontrou algo semelhante na Miosotis, em Lisboa.
Obrigada, mana, pelo mimo. Soube-me bem este cheiro a conforto...
Hummm..... Boas recordações para um dia de chá e bolos! De casa da minha Avó (e da dos meus Pais, que ainda mantém alguns cheiros - por exemplo hoje entrei lá para almoçar e cheirava a marmelada acabada de fazer.) também tenho recordações do género, que ainda sabem melhor num dia como o de hoje. E é engraçado, nunca tinha ouvido falar de tais papéis!
ResponderEliminarÉ verdade Margarida, já me tinha esquecido que em tempos havia essas folhas com um cheiro muito característico.
ResponderEliminarNunca mais vi isso, mas acredita que vou começar à procurar.
Beijinho
Tão bom recordar os cheiros das casas das nossas vidas. Confesso que ao ler a tua publicação fiz uma pequena viagem, não pelos mesmos cheiros mas por outros. A minha avó de quando em vez queimava folhas (verdes) de eucalipto ou então rosmaninho. E esses papelinhos eu desconhecia mas fiquei curiosa por lhes sentir o cheiro!
ResponderEliminarOlá Margarida! Em França há nas farmácias praticamente todas. Beijinhos
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