domingo, 29 de julho de 2018

...e o sonho subiu, novamente, ao palco!


Sempre que ouvia falar em D. Quixote, o meu imaginário viajava até à infância, quando, sentada em frente à televisão via os episódios de desenhos animados de D. Quixote na TVE. D. Quixote entre os moínhos, Sancho Pança, o seu fiel amigo e Dulcineia, a sua amada. Sim, confesso a minha ignorância e até há uns meses era, apenas esta a imagem que tinha desta obra de Cervantes (calma...o autor eu sabia quem era! Não me atirem já com a lança).


Faz agora um ano que começámos a balancear umas valsas. Em Outubro vieram umas piruetas e mais tarde uns passos a que chamámos “passos de cavalo” - whatever! Uma pessoa quando não cresce no meio do ballet e só se mete nestas aventuras depois de uma "certa idade", a memória para os nomes já não é a mesma, por isso, inventa-se mnemónicas para decorar os passos 😀

O desafio estava lançado. Iríamos levar a palco D. Quixote - não o dos desenhos animados, mas aquele que faz as delicias de milhares de pessoas em várias salas por esse mundo fora. Obviamente, não toda a obra, mas quase quatro minutos de coreografia,  o que, também é obra!!!

Lembro-me de ouvir a musica pela primeira vez e de chorar. Chorar de emoção. Comprei-a no iTunes e ouvi-a muitas e muitas vezes ao adormecer. Vi e ouvi o bailado completo umas três vezes no youtube, enquanto trabalhava. A música tinha de entrar no ouvido e ai...como eu sou dura de ouvido!

Tendo eu uma costela espanhola e uma paixão por todo o salero - e flores na cabeça - de nuestros hermanos, não podia - porque não podia mesmo! - falhar. Inclusivamente fui buscar as minhas primeiras pontas, porque apesar de mortas, falavam melhor a minha língua de pés do que as mais novas - e foi com elas que ensaiei a maior parte do tempo, mesmo correndo o risco de me magoar. 


Como nos anos anteriores, as aulas começaram a ter uma componente técnica e uma parte de coreografia. Foi um desafio do demo! Para mim, para nós e para a muito, muito querida professora, que sonha e faz a obra nascer 💓 e se ela sonha é porque sabe que estamos à altura. (Agora a sério: mete-se e mete-nos em cada uma!!!! Oh God! Não sei de que lado está o grau maior de insanidade, se nela que nos convence se em nós que nos deixamos convencer!).

A meio do percurso o que é que aparece? Um D. Quixote! Um verdadeiro D. Quixote, ou pelo menos como o imaginamos: alto, magro de barba e bigode...à D. Quixote! Foi agarrado com unhas e dentes e já não foi libertado e só ele encheu o palco - ele e a sua lança talhada à altura do evento. 


Este ano fizemos as duas apresentações no mesmo dia. O São Pedro esteve do nosso lado e adiou o verão para o dia seguinte. Não, não estou a brincar - calçar, descalçar e voltar a calçar as pontas com calor excessivo teria sido um pesadelo. 

Não fomos perfeitas, mas ninguém deu por isso (ou pelo menos é o que eu acho...). O vermelho de 24 saias de folhos de tule, o som de 24 leques a abrir e a fechar e os passos do nosso D. Quixote roubaram o protagonismo às imperfeições


Prova superada! Mais uma vez este meu AMOR MAIOR valeu e fez-se valer.
Voltaremos ao palco no dia 12 de Janeiro no Teatro das Figuras. Contamos convosco na plateia!

Quanto às aulas, recomeçam no início de Setembro e qualquer inscrição ou pedido de informação pode ser enviado directamente para o Atelier do Movimento.


Fotos:
1, 2 e 4: Vânia Vargues3,5, 6, 7, 8 e 9: Luisa Melão
Pano p'ra Mangas

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