quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Sempre disse aqui que não monetizava o blog, e a verdade é que nunca o fiz, mas desde há uns tempos que ando com vontade de o fazer, pois depois de quase treze anos a criar conteúdo, a investir e a escrever pro-bono algum dia tem de virar a meu favor, certo? Sim, já consegui (algum) reconhecimento, mas quero mais. Não me levem a mal... a realidade é mesmo esta! 


Antes que me comecem a atirar pedras, eu explico porque nunca o fiz e porque é que eu acho que nunca aconteceu - e até acontecer pode passar uma eternidade, ok? Nada é certo. Certezas só há uma e essa não cabe aqui.

Até há uns anos a forma mais comum de rentabilizar um blog era através da inserção de anúncios, escolhidos aleatoriamente pelo Google, nas barras laterais do blog ou entre os posts. A cada click era/é possível ouvir o tlim-tlim-tlim das moedas a cair no mealheiro. Ora, visualmente isso é horroroso! Mesmo! Nunca gostei, nem gosto, de ver esses banners - são ruído visual.

Só mais recentemente, surgiu esta tendência de as marcas verem nos blogs um meio de publicidade  muito mais eficaz que uma página de revista. Porquê? Porque a página de uma revista é “apenas” isso: foto, texto e papel (atenção, não digo isto com menosprezo, muito pelo contrário, acho que cada vez é necessária mais criatividade para envolver o público neste tipo de abordagem). Um blogger ou influenciador “vende” a experiência do produto, quer seja ele um perfume, um queijo, uma papa de bebé, uns sapatos, um hotel, um relógio ... qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo - e faz nascer no público o desejo de consumo, de ter igual, de fazer igual. É um processo de identificação com o outro que, por muito que o queiramos negar, existe. Já repararam que as pessoas que dizem “eu não me deixo influenciar pela publicidade” são as primeiras a cair na ratoeira? Gostava de escrever sobre isto de uma forma mais técnica, com terminologia apropriada, mas como não tenho conhecimentos para tal, escrevo como uma mera observadora de factos e fenómenos.

E daqui surge a pergunta: Mas e o que é preciso para que as marcas invistam num influenciador?

Uma agência que faça bem o "trabalho de casa", não se vai deixar levar apenas pelos números de seguidores, likes ou comentários - já falei sobre isto aqui. É necessário fazer um estudo mais profundo sobretudo ao nível do conteúdo, da consistência do mesmo, da interacção com os leitores, da autenticidade e veracidade de quem dá a cara pelo blog, vlog, instagram, whatever... Se no vosso blog/vlog falam de mil e uma coisas sem encadeamento, sem consistência, numa quase aleatoriedade temática - como acontece aqui com o meu estaminé - não esperem que uma marca/agência vos encontre e contacte, porque as probabilidades de não chegarem aos consumidores desta marca é grande - isto é só um alerta. Empírico. Nada científico. Muito menos comprovado. Pelo menos, por mim.

Percebem agora porque é que eu não monetizo o blog? E não oiço o tlim-tlim-tlim no mealheiro?

Juro que já tentei tornar-me consistente. Inclusivamente tentei criar um feed de Instagram bonito, com lógica e sequência. Mas é chato. É monótono. É contra a minha natureza colocar muitas fotos seguidas sobre o mesmo, ou onde eu apareça - até eu me canso de mim, imagino quem a toda a hora desse de frente com a minha cara!!! Ainda tenho de encontrar a fórmula certa, e a fórmula certa tem de reunir um conjunto de factores: ser atractivo no seu todo, não ser aborrecido e abranger os temaas que trato aqui no blog - os alhos têm de coincidir com os bugalhos!

Quanto ao blog: Falar sempre sobre o mesmo? Nop! Há tantas coisas sobre o que escrever... e depois eu escrevo sem estratégia - ao sabor do que me apetece. Ao sabor do meu estado de espírito (ainda não me ter dado para a poesia, é sorte de quem me lê LOL). Gosto de escrever na hora. Com os dedos a fervilhar no teclado. Não gosto de programar posts para amanhã, ou depois - parece que se perde a emoção. E a prova destas emoções, desta aleatoriedade, desta ausência de estratégia comercial são os oito posts mais lidos de 2017:

[ os deuses devem estar loucos ] - 14. Novembro
[ eu quero ser famosa ] - 21. Setembro
[ ser mãe depois dos 40 ] - 6 de Abril 

Quer dizer...agora que escrevo isto e que revisito os posts, se calhar até há aqui algum potencial, pois consigo identificar um padrão. Não, não me estou a contradizer, estou apenas a constatar factos à medida que escrevo este post. Quem sabe em 2018 não escolha apenas três ou quatro assuntos e me foco neles...mais que não seja para satisfação própria, pois se levei anos a dizer que os números não tinham qualquer importância - e efectivamente não tinham - se calhar é hora de começar a pensar neles, afinal de contas em 2018 o Pano p’ra Mangas torna-se oficialmente um teenager, o que significa uma época de descobertas e reviravoltas. Certo?

Só para terminar. Se quiserem monetizar os vossos espaços na internet façam por isso, mostrem-se, trabalhem para tal e...como pregava Frei Tomás: “Faz o que ele diz, não faças o que ele faz!”

Votos de um excelente ano!

Livros de referência:


Pano p'ra Mangas
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2 comentários:

  1. Acho que merece ouvir o tlim tlim das moedas, pois escreve muito bem e é coerente ma concordo quando diz que isto dos blogs é um meio de publicidade e o pessoal gosta, eu contra mim falo, eu gosto, ele há coisas que não posso comprar mas, mas há pessoal que corre às lojas e quase esgota o stock:).

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  2. Já estamos a ler o ser blogger e estamos a gostar, mas sabe a muito pouco. Vamos anotar as outras sugestões. Obrigado!!

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